Em meio à novela do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) após o governo recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a derrubada do decreto do presidente Lula pelo Congresso, a diretora de macroeconomia do UBS Global Wealth Management, Solange Srour, alertou sobre uma grave crise institucional no Brasil.
“Está claro que estamos vivendo uma crise institucional bastante grave […] Em termos macroeconômicos, estamos vendo uma deterioração muito grande das perspectivas fiscais”, disse Srour.
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Segundo Srour, não há como cumprir metas só com mais impostos, tornando o debate fiscal uma pauta urgente. “O Congresso expressa o descontentamento da sociedade (com aumento de impostos)”, apontou a economista, destacando a falta de vontade política para o enfrentamento da pauta de corte de gastos de forma estrutural.
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“A questão é que temos um gasto obrigatório que não é consistente com a regra fiscal, que já não era consistente com a estabilização da dívida”, considerou. Srour destacou a necessidade de reformas estruturais, como a administrativa e da Previdência.
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Para a economista, a meta de superávit de 0,25% do PIB para 2026 está completamente em risco e o arcabouço deve ser modificado no próximo ano. O novo governo recém-eleito precisará ajustar os gastos, avaliou Srour, ressaltando que a trajetória da dívida é insustentável e, mesmo se o juro cair, o que importa é a taxa longa.
Do lado da atividade, o mercado de trabalho está pujante e 2025 ainda é um ano de crescimento para o país. No entanto, as expectativas de inflação estão desancoradas, e o Banco Central não tem alternativa a não ser adotar uma postura rígida. A economista ressaltou que o espaço para cortes na Selic depende da situação fiscal, e que o cenário eleitoral incerto influenciará essa decisão devido aos gastos populistas pró-eleição do governo Lula.
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No cenário internacional, Srour alertou que o mercado subestima os riscos dos Estados Unidos e que guerras não estão precificadas, as afirmações ocorreram em entrevista ao Capital Insights.