O Brasil irá finalizar o ano com um gosto agridoce na boca. Enquanto os números indicam 2024 como um dos melhores anos para o setor imobiliário, a preocupação com o funding segue assombrando os executivos.
Durante o evento Summit Imobiliário 2024, promovido pelo Estadão em parceria com a Secovi-SP, nesta quinta-feira (28), Rubens Menin, fundador e atual presidente da MRV Engenharia, disse que está bastante otimista com as próximas duas décadas, mas também se mostrou apreensivo em relação aos recursos disponíveis para a construção civil.
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Segundo o executivo, a captação de recursos é o ponto de maior atenção e necessita de ajustes. Se por um lado a poupança segue com números elevados de retiradas, o FGTS também apresenta um risco com saques-aniversário. Menin pressiona pedindo por mais políticas públicas acerca do assunto.
“O FGTS, que está salvando o nosso segmento, está sendo atacado. O saque-aniversário vai comprometer o orçamento futuro do FGTS, e de uma maneira ruim, porque você pega o saque-aniversário para pagar uma dívida e gastar o dinheiro de uma vez. Se você pega o dinheiro do FGTS e investe na habitação, além de você propiciar o desenvolvimento econômico e social para aquela unidade, aquilo retorna para o sistema”, disse.
Menin, que além de fundador da MRV também é fundador do Banco Inter, destaca que está nas duas pontas da mesa e sabe que os bancos estão surfando bem a onda dos saques, mas o executivo enxerga que isso trará um prejuízo no futuro.
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Outro ponto citado em sua fala durante o evento foi a mudança feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), no início do ano, que restringiu o lastro e alterou os prazos das Letra de Crédito Imobiliário (LCIs), utilizadas também para captação imobiliária.
“Temos a poupança que claramente estava tendo um momento ruim, como é que você contrabalança a poupança? Com a LCI. E aí o que fizeram? Passaram a captação para 360 dias. Não existe dinheiro suficiente para 2025”, pontuou Menin.