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O fiscal, de acordo com Maílson, leva a outra questão, que é saber quando volta o grau de investimento. Para isso, enumera, o Brasil precisaria estar produzindo superávits primários em medidas equivalentes a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que passaria por um conjunto de reformas e medidas que sofreriam oposição das corporações, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu partido, o PT.

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A elevação do rating do Brasil pela Moody’s é uma boa notícia e os pontos destacados pela agência americana de classificação de riscos são procedentes, disse nesta terça-feira, 1º, ao Estadão/Broadcast, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria, Integrada. O Brasil, observa, cresce mais do que o esperado.

A questão, de acordo com ele, é a observação que a Moody’s faz em relação às contas públicas. Na avaliação do ex-ministro, vigora a ideia de que o arcabouço fiscal não preenche as expectativas.

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Para isso, disse, o governo precisaria tomar medidas como desvincular os reajustes dos benefícios previdenciários do aumento do salário mínimo e até mesmo ter coragem para enfrentar uma nova reforma previdenciária.

“Acho pouco provável que o grau de investimento volte na gestão de Lula porque as agências de classificação de risco olham a rigidez orçamentária que impede a geração de superávits para estabilizar a relação entre a dívida e o PIB. Esse é um elemento essencial para se restabelecer o investment grade (grau de investimento)”, avaliou Maílson.

“Certamente o PT se oporá a uma nova reforma da Previdência e à separação do mínimo dos benefícios previdenciários. Não vejo o PT com disposição e vontade política para encarar uma reforma da Previdência e o grau de investimento dependerá de um conjunto de medidas e reformas”, reiterou.

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De qualquer forma, disse o ex-ministro, “se o governo está comemorando a decisão da Moody’s, ele está mais que certo, porque se trata de uma boa notícia, vai impactar os ativos financeiros trazendo alívio para a taxa de câmbio e para a curva de juros”.

Maílson da Nóbrega foi ministro no governo Sarney e autor do Plano Verão

Foi Ministro da Fazenda no Governo José Sarney, durante o período de hiperinflação. Ao assumir, Nóbrega afirmou que não descuidaria “em nenhum momento, do controle da inflação“, que não haveria nenhum pacote econômico ou “medidas heroicas”, e que tentaria renegociar a dívida externa brasileira com os credores internacionais em condições tão favoráveis

Nóbrega havia declarado que faria uma política econômica “feijão com arroz”, sem “soluções miraculosas”, realizando somente ajustes pontuais para evitar uma hiperinflação.[8] Todavia, o ano de 1987 que havia terminado com uma inflação acumulada em 415,87%, foi amplamente superado pelo índice de 1 037,53% ao final de 1988. Tornou-se claro que, mais uma vez, o governo Sarney teria que lançar mão de outro “pacote econômico heterodoxo”. Este efetivamente surgiu em 15 de janeiro de 1989 e recebeu o nome de “Plano Verão”.

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O pacote econômico conhecido como “Plano Verão” foi o quarto e último do governo Sarney, e tinha como objetivo principal controlar a escalada inflacionária num ano eleitoral.

Para isso, foi criada uma nova moeda, o cruzado novo (que valia 1 000 cruzados velhos), houve uma desvalorização de 14% da moeda nacional perante o dólar, e preços e salários foram congelados. Como os seus antecessores, o Plano Verão revelou-se um quase completo fracasso. Maílson da Nóbrega admite que seus objetivos não foram atingidos.

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