O Brasil entrou na lista de observação do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre tráfico humano, publicada nesta segunda-feira (29) no relatório anual Trafficking in Persons.
O documento, que serve como referência mundial para medir o empenho dos governos no combate a trabalho forçado e exploração sexual, concluiu que o país não apresentou progressos suficientes em 2024.
Segundo o relatório houve queda no número de investigações abertas e processos judiciais relacionados ao tema. Com isso, o Brasil foi rebaixado para a chamada “Lista de Vigilância Nível 2”, categoria que inclui países que até adotam medidas formais, mas não avançam em resultados concretos.
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A África do Sul também passou a integrar a lista. O relatório reconhece iniciativas como novas forças-tarefas regionais e condenações adicionais, mas critica a diminuição no número de vítimas identificadas e de casos levados à Justiça.
O documento deste ano foi entregue ao Congresso dos EUA com atraso de quase três meses, após uma crise interna no Departamento de Estado que levou à saída de parte da equipe responsável.
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Ao comentar a publicação, o secretário de Estado, Marco Rubio, escreveu no X: “O tráfico humano é um crime devastador que enriquece organizações criminosas transnacionais e regimes imorais e antiamericanos”.
Consequências Possíveis
- O país pode enfrentar sanções diplomáticas e econômicas se não demonstrar melhorias.
- A classificação afeta a imagem internacional do Brasil em direitos humanos.
- Pode prejudicar acordos bilaterais e cooperação internacional.
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Dados sobre Trabalho Escravo no Brasil
Segundo levantamento da Predictus e operações recentes do Ministério do Trabalho:
- Mais de 20 mil processos judiciais relacionados ao trabalho análogo à escravidão entre 2015 e 2025.
- Em 2024, 2.004 trabalhadores foram resgatados em condições degradantes.
- Casos incluem:
- Trabalhadores em obras de usinas no Mato Grosso.
- Colheitas de café em Minas Gerais.
- Imigrantes explorados em restaurantes no Sul do país.