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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, atribuiu o aumento dos números de casos prováveis de dengue no Brasil à mudança climática e ao aquecimento global. Em entrevista à GloboNews, na terça-feira 13, falou sobre outros casos na América do Sul. “Para você ter uma ideia, pela 1ª vez o Uruguai registrou casos de dengue, um país que as temperaturas são muito mais baixas que o nosso país”, disse Nísia, citando o documento divulgado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) sobre a epidemia de dengue nas Américas.

Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, atualizado até 7 de dezembro, indicam que o Brasil teve 5.922 mortes por dengue ao longo de 2024. O número é o maior desde o início da série histórica, em 2000. Até então, o ano com mais mortes era 2023, com 1.179 registros. 

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O número de mortes por dengue em 2024 é maior que a soma dos 7 anos anteriores. O país contabiliza também 6.606.414 casos prováveis de dengue e 1.067 em investigação.

Nísia destacou também a importância de uma colaboração estreita entre o governo federal e as prefeituras, ressaltando que o Brasil enfrenta um grande desafio no saneamento básico. “Nesse momento de transição eu tenho falado com os prefeitos e as prefeitas e com os secretários municipais de saúde para ter um trabalho intenso de prevenção. Nós estamos em um momento, que é o dia D, de reforçar a prevenção [contra a dengue]“, disse a ministra.

A ministra falou ainda sobre a importância da ação coletiva na prevenção da dengue: “Muitas vezes você acha que os lugares mais desprovidos de saneamento e mais vulneráveis são os locais da dengue. Em parte isso é verdade, mas encontramos muitos focos de dengue em residências fechadas e piscinas não tratadas. Então essa conscientização é para todos”.

Já para o chefe do Programa Global de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS (Organização Mundial da Saúde), Raman Velayudhan, explicou que fatores como a urbanização não planejada e más práticas de água, saneamento e higiene estão favorecendo a rápida propagação geográfica da dengue.

O Distrito Federal lidera o ranking em relação ao coeficiente de incidência com 9.899 casos a cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (8.238), Paraná (5.713) e São Paulo (4.861).

A taxa de letalidade também é preocupante. Foram 1.302 óbitos na região no mesmo período. Do total de casos, 1,3 milhão foram confirmados em laboratório e 3,9 mil foram classificados como dengue grave.

A dengue é transmitida pela espécie de mosquito Aedes. A doença é mais comum em climas tropicais e subtropicais. A OMS avaliou o risco de dengue como alto em nível regional devido à ampla distribuição de mosquitos transmissores, especialmente os do tipo Aedes aegypti.

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