Os contratos futuros do café arábica na ICE caíram nesta quinta-feira, com o mercado se consolidando após atingir as máximas de quatro meses nesta semana, enquanto o cacau fechou em alta.
CAFÉ
- O café arábica caiu 0,8 centavo, ou 0,2%, a US$ 3,861 por libra-peso, depois de atingir seu maior valor desde o início de maio, US$3,9300, na terça-feira.
- “Os preços do café continuam a se recuperar, embora em um ritmo mais lento, impulsionados pelo aperto do mercado induzido pelas tarifas dos EUA, pelo declínio dos estoques certificados, por uma revisão para baixo nas previsões externas da safra brasileira de arábica de 2025 e pela compra de fundos”, disse o Rabobank.
- O Rabobank acrescentou, no entanto, que as perspectivas para a safra 2026/27 de arábica no Brasil, maior produtor, são promissoras e que isso poderia ter um impacto significativo sobre os preços.
- Os preços ao consumidor dos E.U.A. tiveram o maior aumento em sete meses em agosto, com as tarifas aumentando o preço do café.
- O café robusta subiu 1%, para US$ 4.521 a tonelada métrica.
- Os comerciantes do Vietnã, maior produtor de robusta, estão otimistas quanto às perspectivas para a próxima safra, citando condições climáticas favoráveis, mas a colheita na Indonésia, terceiro maior produtor de robusta, está sendo prejudicada pela chuva.
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O preço do café brasileiro começou a cair em setembro de 2025, refletindo uma combinação de menor demanda internacional e a ausência de negociações do governo Lula para reverter a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações de café do Brasil. Essa sobretaxa, implementada em agosto pelo presidente Donald Trump, afetou drasticamente o volume embarcado para o maior mercado consumidor do mundo, provocando impacto direto no setor produtivo brasileiro.
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Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações brasileiras de café caíram 17,5% em agosto de 2025 comparado ao mesmo mês do ano anterior, totalizando 3,14 milhões de sacas de 60 kg. Especificamente para os Estados Unidos, as vendas recuaram 46% em relação a agosto de 2024, com apenas 301 mil sacas exportadas — o que fez os EUA perderem a liderança para a Alemanha como maior comprador do café brasileiro. A redução das vendas e a elevação das tarifas tornaram os preços inviáveis para o mercado americano, incentivando importadores a buscarem fornecedores alternativos como Colômbia e Vietnã.
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O setor produtivo do agro enfrenta dificuldades agravadas pela falta de avanço nas negociações do governo Lula o para uma revisão ou suspensão da tarifa americana, o que mantém o cenário de instabilidade para os exportadores e para os agricultores. A pressão do chamado “tarifaço” americana provoca reflexos negativos que vão desde a redução das exportações até o aumento dos custos de produção e dificuldades no escoamento.
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CACAU
- O cacau em Londres subiu 26 libras, ou 0,5%, para 5.196 libras por tonelada, após atingir seu nível mais baixo desde 21 de julho, em 4.980 libras, na terça-feira.
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Os negociantes disseram que o mercado pode ter vendido em excesso com o tema da demanda fraca e pode estar um pouco preocupado com o clima, especialmente com relatos da doença da vagem preta na África Ocidental.
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- O cacau de Nova York subiu 0,8%, para US$ 7.528 a tonelada.
AÇÚCAR
- O açúcar bruto caiu 0,11 centavo, ou 0,7%, a 15,82 centavos de dólar por libra-peso, ainda um pouco distante da mínima de dois meses de 15,38 centavos atingida na segunda-feira.
- O açúcar branco caiu 0,3%, para $488,20 a tonelada
AÍndia considerará a possibilidade de permitir as exportações de açúcar somente depois de garantir que a produção da temporada 2025/26 satisfaça o consumo local e atenda à necessidade de produção de etanol, disse o secretário de alimentos Sanjeev Chopra.