As ações da Casas Bahia (BHIA3) disparavam nesta segunda-feira (29), após a companhia entrar com pedido de recuperação extrajudicial. Após abrir o pregão em leilão, BHIA3 subia 19,12%, cotada a R$ 6,48, por volta das 11h10.
A recuperação extrajudicial ainda tem escopo limitado e, por isso, não deve impactar outras obrigações com fornecedores e parceiros de negócios, e as operações e obrigações do dia a dia da companhia seguem normais.
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Depois de enviar o pedido de recuperação, a Casas Bahia deve submeter o plano a um Tribunal Judicial na próxima semana, com aprovação prevista para 30 dias.
A dívida da companhia soma R$ 4,1 bilhões. O reperfilamento alonga o prazo médio da dívida de 22 meses para 72 meses e, ainda, reduz em 1,5 ponto percentual o custo médio. Em contrapartida, oferece aos credores a possibilidade de converter parte da dívida em equity.
Os analistas do mercado avaliam o pedido da varejista como “positivo”, pois representa uma melhoria nos fluxos de caixa de curto e médio prazo e diminui os riscos de preocupações com liquidez.
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A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI destacam que a recuperação pode melhorar o fluxo de caixa em R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos. “Isso significa cerca de 8x o valor de mercado atual da BHIA3 de R$ 517 milhões, cujo preço já incorpora a já amplamente conhecida estrutura de capital complexa e situação de fluxo de caixa da empresa”, dizem.
Contudo, a proposta já foi pré-aprovada pelos principais detentores de títulos da empresa, Bradesco e Banco do Brasil, que, juntos, detêm 54,5% da dívida quirografária.
Apesar do otimismo com a recuperação extrajudicial da Casas Bahia. Analistas veem dois pontos de alerta. A possível diluição ligada a conversão das dívidas em ação e a reação dos consumidores ao anúncio são riscos a monitorar. Os analistas afirmam que há um potencial de diluição de até 83% atrelada à opção dos credores de converter a dívida em ações, assumindo os preços atuais e nenhum comprometimento dos atuais acionistas.
Além disso, pode haver um potencial impacto na demanda, principalmente online, a depender da percepção dos consumidores a partir das notícias sobre o plano.
Os analistas afirmam que Magazine Luiza (MGLU3) deve ser a mais beneficiada na frente de lojas físicas, embora com o cenário macroeconômico ainda sendo um obstáculo, e Mercado Livre (MELI34) no canal online.