Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, tem sido alvo de atenção no mercado financeiro devido à sua estratégia de financiar empresas em dificuldades financeiras utilizando recursos captados por meio de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos pelo próprio banco. Abaixo, detalham-se os principais aspectos relacionados a essa prática e à recente venda do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB).
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Modelo de Negócio e Controvérsias
- Uso de CDBs: Vorcaro utilizou capital proveniente de aplicações de investidores em CDBs do Banco Master para financiar empresas problemáticas. Essa prática gerou questionamentos no mercado financeiro, dado o alto risco associado a tais operações e a dependência do banco em captar recursos dessa forma.
- Expansão Agressiva: O Banco Master apresentou um crescimento médio anual de 86% em sua carteira de crédito, impulsionado por investimentos em ativos considerados de risco, como precatórios e ações de pequenas e médias empresas. Muitas dessas empresas enfrentavam dificuldades financeiras.
- Dependência do Fundo Garantidor de Créditos (FGC): O banco baseou-se fortemente na garantia oferecida pelo FGC para atrair investidores para seus CDBs. Essa estratégia, embora inicialmente vantajosa, tornou-se insustentável após mudanças regulatórias implementadas pelo Banco Central em 2023.
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Venda ao BRB
- Em março de 2025, o BRB anunciou a compra de 58% do capital do Banco Master por R$ 2 bilhões. A transação incluiu uma reorganização societária que segregou certos passivos e ativos do Master, como precatórios e direitos creditórios
- Após a venda, Daniel Vorcaro deixou o comando do banco e passou a integrar o conselho de administração da instituição reestruturada. A marca “Banco Master” deixará de existir.
Impacto no Mercado
- Incerteza dos Investidores: A venda gerou desconfiança entre investidores, que tentam se desfazer de aproximadamente R$ 10 bilhões em CDBs do banco. Apesar da garantia do FGC para valores até R$ 250 mil por CPF, as dificuldades financeiras da instituição aumentaram os rendimentos necessários para atrair novos investidores.
- Dívidas Elevadas: O Banco Master enfrenta um volume significativo de dívidas vencendo em 2025, totalizando cerca de R$ 16 bilhões. A maior parte dos ativos do banco é considerada difícil de liquidar.
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Investigações e Críticas
- As autoridades brasileiras iniciaram investigações sobre a rápida expansão do banco e a transação com o BRB. Há questionamentos sobre a supervisão do Banco Central e o uso excessivo das garantias do FGC para sustentar operações arriscadas[5].
- Críticos consideram a venda ao BRB uma forma indireta de resgate governamental, dado que o banco estatal assumiu uma instituição com problemas financeiros significativos.
Perfil de Daniel Vorcaro
- Vorcaro iniciou sua trajetória empresarial aos 19 anos e ingressou no setor bancário em 2016 ao adquirir participação no Banco Máxima que por suspeitas de fraude se tornou o Banco Master. Vorcaro sumiu o controle total da instituição, que foi rebatizada como Banco Master.
- Ele é conhecido por seu estilo de vida luxuoso e investimentos diversificados, incluindo participação no clube Atlético Mineiro e propriedades valiosas como uma mansão em Trancoso (BA).
A venda do Banco Master para o BRB é vista como uma tentativa de resolver os problemas financeiros da instituição, mas continua cercada por incertezas e investigações que podem impactar o desfecho dessa transação.