Dois pesquisadores chineses foram formalmente acusados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de tentar contrabandear um fungo altamente perigoso, o Fusarium graminearum, para o país. O caso, divulgado em junho de 2025, levantou sérias preocupações de segurança nacional e agroterrorismo.
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O fungo e seus riscos
O Fusarium graminearum é um patógeno biológico responsável pela fusariose, uma doença que afeta culturas essenciais como trigo, cevada, milho e arroz. Essa enfermidade causa perdas econômicas bilionárias globalmente, devido à destruição das plantações. Além do impacto agrícola, o fungo produz toxinas que podem provocar vômitos, danos ao fígado e problemas reprodutivos em humanos e animais, tornando-o uma ameaça à saúde pública.
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A tentativa de contrabando
Os acusados, Yunqing Jian, de 33 anos, e Zunyong Liu, de 34 anos, ambos com vínculos acadêmicos e de pesquisa — Jian na Universidade de Michigan e Liu em uma instituição chinesa —, teriam planejado trazer o fungo para os EUA para realizar estudos laboratoriais. Liu foi interceptado no aeroporto de Detroit em julho de 2024 tentando entrar com o patógeno, enquanto Jian já trabalhava como pesquisadora visitante na universidade americana.
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Eles foram indiciados por conspiração, contrabando, declarações falsas e fraude de visto. A investigação, conduzida pelo FBI e pela Alfândega dos EUA, indicou que Jian teria recebido financiamento do governo chinês para pesquisas com o fungo e que é filiada ao Partido Comunista Chinês, o que ampliou as suspeitas sobre possíveis implicações geopolíticas e de segurança nacional.
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Repercussão e contexto
As autoridades americanas classificam o caso como uma séria ameaça, já que o fungo pode ser usado como arma biológica para causar danos à agricultura dos EUA, um setor vital para a economia do país. O procurador Jerome F. Gordon Jr. destacou que a entrada do fungo representava um risco iminente à segurança pública e ao coração agrícola americano.
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O episódio ocorre em meio a tensões crescentes entre EUA e China, com medidas recentes dos EUA para restringir vistos de estudantes chineses, o que Pequim condena como discriminatório.
O caso dos cientistas chineses acusados de contrabandear o Fusarium graminearum para os Estados Unidos evidencia os desafios de segurança biológica na era da globalização e o potencial uso de agentes patogênicos como armas de agroterrorismo. A investigação segue em curso, com a pesquisadora sob custódia e o parceiro foragido, enquanto o debate sobre a proteção das fronteiras biológicas e o controle de pesquisas sensíveis ganha ainda mais relevância.