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Banco do Brasil (BBAS3) terminou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, queda de 60% ante o mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta (14).

A cifra ficou abaixo do esperado pelas projeções de analistas compiladas pela LSEG, que apontavam lucro líquido de R$ 5,279 bilhões.

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É o segundo recuo dos números após 16 trimestres consecutivos de crescimento anual do lucro. Além disso, foi o único, entre os grandes bancos, a apresentar redução.

Um conjunto de fatores, que incluem a piora da inadimplência do agronegócio e a nova resolução da CMN nº 4.966/2021, que endureceu e obrigou os bancos a elevarem as provisões para calotes, fez o banco passar de queridinho do mercado para um grande ponto de interrogação.

A maioria dos analistas já esperava números fracos. Segundo o Banco Central, o banco reportou lucro de apenas R$ 500 milhões em maio, bem menor do que o reportado em abril, de R$ 1,7 bilhão, tombo de 70% no mês e 85% no ano.

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Desde do terceiro trimestre, o BB vem sentido efeitos da falta de pagamento no agronegócio, já que o setor passa por uma alta expressiva do número de recuperações judiciais no setor.

Outros dados do BC mostram que a qualidade dos ativos rurais atingiu o nível mais baixo de todos os tempos, com 3,5% de inadimplência em 90 dias e 2,9% de inadimplência antecipada (15 a 90 dias).

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Piora do ROE

E as más notícias não param por aí. O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) despencou 13 pontos percentuais, encerrando o trimestre a 8,4%.

Média de cinco analistas consultados pelo Money Times esperava 11% de ROE. De acordo com dados da Elos Ayta, é o pior rentabilidade desde, pelo menos, 2010.

Dessa forma, o banco não apenas perdeu o patamar de 20% de rentabilidade, número mágico olhado pelo mercado, como também encerrou abaixo do Itaú (ITUB4), que terminou com ROE de 23%, Santander (SANB11), a 16%, e Bradesco (BBDC4), que terminou o período a 14,6%.

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“O ano de 2025 é de ajuste para aceleração do crescimento. Projetamos lucro entre R$ 21 e 25 bilhões e seguimos com investimentos estruturantes para geração de riqueza aos nossos acionistas, oferecendo a melhor experiência e soluções mais adequadas aos nossos clientes” destaca a presidenta do BB, Tarciana Medeiros.

Inadimplência e despesas do Banco do Brasil

Uma das maiores preocupações dos analistas, o indicador de inadimplência acima de 90 dias encerrou a 4,21%, alta de quase 3 pontos-base. A inadimplência da carteira agro atingiu 3,49%.

“Foi o grande agressor, foram mais de R$ 7 bilhões de provisão que nós tivemos que considerar ali naquela carteira para o segundo trimestre de 2025”, disse o CFO, Giovanne Tobias.

A carteira de pessoas físicas encerrou o período em 5,59%, enquanto a carteira de pessoas jurídicas foi de 4,18%.

“Também houve um avanço da inadimplência no segmento de micro e pequenas empresas, principalmente nas carteiras reestruturadas e negociadas”, destaca o CFO.

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A provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), colchão usado para os bancos se protegerem dos calotes, disparou 50% em relação a ano passado e 6,6% em comparação com ao trimestre, indo a R$ 94 bilhões.

O custo de crédito também subiu de ‘elevador’, para R$ 15 bilhões, alta de 103%.

Ou seja, o BB vai na contramão de seus pares, que ou tiveram queda na inadimplência, ou se mantiveram estáveis nos indicadores.

“Sem dúvida alguma, é um resultado que reflete esse momento de ajuste que nós estamos passando”, diz o CFO.

Outros indicadores

margem financeira bruta caiu 1,9% ano a ano, para R$ 25 bilhões, mas subiu quase 5% no trimestre.

Já a margem financeira líquida despencou 48% no ano, para R$ 9 bilhões.

As receitas com prestação de serviços somaram R$ 8,8 bilhões, recuperação de 4,7% em relação ao primeiro trimestre e queda de 1% ante o ano passado.

O banco destaca a performance positiva em operações de crédito e garantias (+82,3%), administração de fundos (+2,9%) e taxas de administração de consórcios (+5,5%).

As despesas administrativas totalizaram R$ 9,6 bilhões, alta de 4,7% no ano, reflexo dos
aumentos de 1,9% em despesas de pessoal e 1,8% em outras despesas administrativas.

Carteira de crédito sobe

Mesmo com a piora nos indicadores, o BB conseguiu expandir a sua carteira de crédito em 11% no ano, para R$ 1,3 trilhão.

O maior aumento foi na carteira de pessoa jurídica, que atingiu R$ 468 bilhões, crescimento de 14,7% em um ano e 1,8%no trimestre, com maior contribuição da carteira de Grandes Empresas expandida, que apresentou saldo superior a R$ 271 bilhões.

No agronegócio, alcançou R$ 404,9 bilhões, crescimento de 8% em um ano, com destaque para as linhas de custeio e investimento.

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Na pessoa física, o banco alcançou R$ 342,6 bilhões, crescimento de 8% em um ano e 2,0% no trimestre, impulsionada principalmente pela carteira de crédito consignado.

O consignado privado, lançando neste ano, é uma das grandes bandeiras do governo para incentivar o crédito.

Desde o início do programa, em março deste ano, o BB já desembolsou mais de R$ 7 bilhões, com um market share de cerca de 24%, materializando nosso protagonismo no Crédito Consignado.

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Guidance do Banco do Brasil ajustado

Diante da queda do lucro, o BB atualizou estimativas que tinha suspendido anteriormente, entre elas a de lucro líquido ajustado, agora calculado entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões em 2025.

Antes de suspender em maio, previa entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões.

“Nós estamos sendo mais seletivos na carteira agro em função do aumento da inadimplência. Então, reduzimos aquela nossa range de crescimento que antes esperávamos um crescimento de 5% a 9%”, destaca o CFO.

Por outro lado, o executivo explica que está ampliando a expectativa de crescimento principalmente no segmento de pessoas físicas, “que é onde a gente tem e consegue trazer um pouco mais de rentabilidade”.

Veja abaixo;

IndicadorIntervalo AnteriorObservado 1S25Revisado 2025
Carteira de Crédito – variação %5,5 a 9,510,33,0 a 6,0
Pessoas Físicas – variação %7,0 a 11,08,07,0 a 10,0
Empresas – variação %4,0 a 8,015,23,0
Agronegócios – variação %5,0 a 9,08,03,0 a 6,0
Carteira Sustentável – variação %7,0 a 11,010,67,0 a 10,0
Margem Financeira Bruta – R$ biEm revisão48,9102,0 a 105,0
Custo do Crédito – R$ biEm revisão26,153,0 a 56,0
Receitas de Serviços – R$ bi34,5 a 36,517,1Mantido
Despesas Administrativas – R$ bi38,5 a 40,019,2Mantido
Lucro Líquido Ajustado – R$ biEm revisão11,221,0 a 25,0

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