Zhongzhi Enterprise Group entrou com pedido de falência na sexta-feira (5). O conglomerado, que atua como shadow bank, alegou que não tem capacidade de honrar dívidas e não tem ativos suficientes para esses débitos.
Os shadow banks na China operam reunindo as poupanças das famílias e das empresas para oferecer empréstimos para investir em imóveis, ações, títulos e commodities.
A principal questão é que empresas como a Zhongzhi financiaram grandes promotores do setor imobiliário chinês.
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O caso Zhongzhi
A Zhongzhi já havia alertado sobre sua difícil situação financeira em agosto do ano passado, quando a imprensa estrangeira informou que a empresa havia informado aos investidores que estava enfrentando uma crise de liquidez.
Em novembro, o conglomerado declarou insolvência em uma carta aos investidores. Pouco depois, a polícia de Pequim iniciou uma investigação sobre a situação do shadow bank endividado.
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O efeito sobre as bolsas
Os especialistas já alertam que o pedido de falência do Zhongzhi pode prejudicar a confiança geral do mercado — ainda que os credores da empresa sejam majoritariamente pessoas ricos e não instituições financeiras.
Segundo o Commerzbank, essa situação poderia renovar as preocupações sobre a indústria fiduciária e pode trazer implicações mais amplas e significativas para a indústria imobiliária, que já está em dificuldades.
Hoje, o resultado foi a queda de 1,2% do CSI 300. O índice mais amplo da bolsa chinesa passou boa parte da tarde pressionado pelos papéis do setor imobiliário.
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Já as ações de empresas imobiliárias listadas em Hong Kong, como Logan Group, China Vanke, Sunac e Longfor Group, recuaram entre 2% e 4%.
China fecha o cerco às sombras
O governo da China tem tentado nos últimos anos limitar o rápido crescimento da dívida não bancária emitida pelos shadow banks.
Os maiores bancos da China são estatais, o que torna mais difícil para as empresas não estatais recorrerem aos bancos tradicionais para financiamento — o que ajudou a estimular o aumento dos “bancos paralelos”.
O enorme setor imobiliário do país também foi pego no meio de uma repressão aos shadow banks — que eram utilizados por empresas do segmento para comprar terrenos dos governos locais.
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A crise imobiliária na China
O mercado imobiliário do país vem sendo atormentado por uma crise de dívida desde 2020, com gigantes como Evergrande e Country Garden lutando para pagar as dívidas — os fluxos de caixa secaram, em grande parte, devido à queda nas vendas de casas.
O crescimento das vendas de casas e dos preços permaneceu lento, mas Pequim deu início a uma desalavancagem mais ampla do até então inchado setor imobiliário — que representa direta e indiretamente cerca de um terço das atividades econômicas da China.