As ações da Vale (VALE3) abriram perto da estabilidade com cerca de 90 minutos de atraso após leilão nesta quinta-feira, tendo como pano de fundo a venda de um bloco de 43.873.000 papéis, a R$ 50,63 cada, um desconto de 3,75% em relação ao preço de fechamento da véspera, de R$ 52,60. Às 11h34 (horário de Brasília), VALE3 subia 0,17%, a R$ 52,70.
De acordo com a agência Bovespa, o leilão para a operação, que soma R$ 2,2 bilhões, estava previsto num primeiro momento para durar até 11h, sendo estendido posteriormente.
MAIS: Financiamento imobiliário pela Caixa fica mais caro em 2025 sob Lula
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique
SAIBA: Governo Lula acaba com o abono salarial para quem ganha dois salários mínimos
Reportagem publicada pelo Valor Econômico nesta quinta-feira afirmou que a Cosan (CSAN3) estava preparando uma venda das ações que detém da Vale, em leilão que poderia chegar a R$ 10 bilhões.
A expectativa é que a Cosan zere sua participação na Vale, que somava pouco mais de 4% até a véspera.
Por volta de 11h30, as ações da Cosan tinham alta de 3,03%, a R$ 8,84, uma vez que a operação, conforme destacaram analistas do UBS BB, favorece a redução do desconto de holding do grupo, pois reduz a dívida bruta em até cerca 30%. Posteriormente, a ação teve a negociação suspensa por iminência de fato relevante.
LEIA: Estadão afirma que “taxar o Pix faz sentido devido a sanha…
Para o Bradesco BBI, a venda provavelmente será benéfica para o VPL (Valor Presente Líquido) da Cosan, pois deve ajudar a reduzir a alavancagem da holding e diminuir as despesas com juros vinculadas ao CDI, em detrimento aos dividendos da Vale, que atualmente são insuficientes para cobrir o serviço da dívida devido às taxas de juros mais altas no Brasil.
“Ao considerar o último preço da Vale e a curva atual do CDI, vemos um potencial de valorização de 15% a ser desbloqueado pela venda. Além disso, de um ponto de vista qualitativo, também esperamos que a desinvestimento ajude a simplificar o foco da Cosan”, avalia o banco.
O Goldman Sachs também avalia que as notícias de hoje podem ser bem recebidas pelo mercado, embora não devam ser uma surpresa completa para os investidores.
AINDA: Conselheiro denuncia “nefasta intervenção política” na Vale e renuncia
“Como lembrete, a nova gestão da Cosan havia reconhecido recentemente que a venda da participação da Cosan na Vale poderia ser uma possibilidade para ajudar a holding a reduzir seu nível atual de endividamento para níveis mais adequados (especialmente considerando o atual ambiente macroeconômico desafiador)”, aponta a equipe do banco, que possui recomendação neutra para CSAN3.
MAIS: Com dois anos da gestão Lula, número de brasileiros perdendo imóvel…
Já para a Vale, com muitas das questões micro sendo abordadas recentemente devido as intervenções do governo Lula (incluindo o acordo final do acidente da Samarco, renovação da concessão ferroviária, mudanças na CEO e na alta liderança, melhorias operacionais e entrega de projetos), os investidores têm se concentrado recentemente nas potenciais vendas da participação da Cosan como uma fonte de pressão sobre as ações.
“Com o preço das ações da Vale caindo 35% nos últimos 12 meses e atingindo mínimas de 8 anos após toda a interferência de Lula nos últimos 2 anos.