Criptomoedas em queda conheça os suportes importantes. E assim, abril repete o que aconteceu em 2021 e traz uma sequência de quedas para o Bitcoin (BTC). A criptomoeda já acumula perdas de 18% em relação aos US$ 48 mil alcançados no final de março, após cair momentaneamente para menos de US$ 40 mil ontem.
Contudo, segundo analistas, o índice de preços ao consumidor dos EUA em 8,5% confirma mais uma vez a tendência de alta da inflação americana, impulsionando o Fed para um movimento agressivo de incremento dos juros.
Desta forma, o mercado americano influencia os acontecimentos. Investidores de criptomoedas temem que o aumento dos retornos dos treasuries americanos devore o capital posicionado no mercado de ações, especialmente nos papeis de tecnologia, que acumulam alta expressiva desde o ano passado. Como a correlação com o Bitcoin está nas alturas, tudo indica que uma queda da Nasdaq traria o BTC para baixo. O mercado, então, se antecipa e liquida posições para reduzir riscos.
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“Os mercados têm sofrido com o aumento da aversão ao risco dos investidores por conta dos temores de um aumento mais agressivo na taxa de juros para conter o avanço da inflação generalizada que tem atingido todos os países”.
E assim, para o analista de trading do Mercado Bitcoin, Humberto Andrade, “após o Bitcoin perder os US$ 44 mil, o mercado acelerou a queda, voltando para a região de consolidação do primeiro trimestre. E paralelamente aumentou ainda mais a correlação com os mercados tradicionais e enfraquecendo a tese que o mercado cripto pode ser um ativo diversificado no portfólio dos investidores”, afirma, em nota, o analista.
Contudo, na falta de análises de fluxo de caixa ou expectativa de receita futura, as criptos dependem muito do que os gráficos dizem. Na semana passada, o Bitcoin aplicou nos traders o que se chama de bull trap, ou armadilha de touros, em que o preço sobe e aponta para uma tendência de alta, mas em seguida volta a cair com força e reverte o movimento.
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E ainda, conforme o trader e investidor Vinícius Terranova, “a gente fechou a semana abaixo de todas as médias rompidas duas semanas atrás, e volta para um estado de alerta, de cautela, em que você provavelmente não quer apostar muito na subida do mercado”, apontou.
Por esta razão, devido ao histórico da criptomoeda, o momento atual sugere alta probabilidade de quedas maiores, disse Terranova. No passado, na maioria das vezes que os mesmos indicadores técnicos foram perdidos, o Bitcoin aprofundou as perdas.
“Atualmente, estamos no suporte de três dias da média de 200 [dias], que foi o que segurou toda essa queda até o momento”, disse o especialista quando o Bitcoin rondava os US$ 39.600 ontem.
Desde então, o BTC subiu cerca de 1,6%, para US$ 40.250. Mas, a análise gráfica indica que a possibilidade de ver agora uma recuperação mais contundente é pequena.
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Portanto, o nível chave a ser observado no momento é o de US$ 39.600, que representa atualmente a base de uma ferramenta técnica chamada “nuvem de Ichimoku”. Com a incerteza dos mercados, um possível rompimento dessa base pode enterrar o Bitcoin para níveis mais baixos.
Partindo desta premissa, o gráfico semanal da criptomoeda apresenta um cenário mais pessimista, com o próximo suporte na região dos US$ 35 mil. Perder esse nível, no entanto, faria o BTC cruzar um indicador para baixo, aumentando as chances de um movimento agressivo rumo a novas mínimas anuais.
E assim, o último cruzamento negativo do mesmo indicador aconteceu em março de 2020, quando o BTC era negociado a US$ 8 mil. Nos dias seguintes, acompanhando o crash das bolsas, foi a US$ 3.800 – portanto, um recuo de 52%.
Dessa vez, se o Bitcoin repetir a dose e cair abaixo dos US$ 35 mil, é possível que a queda se prolongue ainda mais. O suporte mais forte da criptomoeda, relembra o analista, está perto de US$ 21.500.
Por fim, acreditam que apostar em altcoins agora, portanto, é ainda mais arriscado do que o usual, já que tudo depende do movimento futuro do BTC.