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Na última sexta-feira (20), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (Assibge) anunciou uma convocação de ato na semana que vem em frente à sede do IBGE, no Rio de Janeiro. De acordo com o órgão, o ato será para exigir que Pochmann altere seu “comportamento autoritário” que tem marcado suas ações recentes e para que ele estabeleça um real processo de diálogo com os servidores em relação as diversas alterações em curso no Instituto.

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Também são citadas críticas em outros aspectos, como: mudanças no regime de trabalho; transferência para o prédio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), no Horto, na zona sul; criação de uma fundação de direito privado; alteração no estatuto, etc.

Uma carta apócrifa começou a circular entre os servidores do IBGE, ao mesmo tempo da convocação do ato, detalhando as críticas à gestão Pochmann e pedindo sua exoneração. Intitulado como “Declaração Pública dos Servidores do IBGE”, o documento detalha as insatisfações. Uma delas é com o IBGE+.

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De acordo com a carta, trata-se de “uma entidade de apoio de direito privado, implementada sem qualquer diálogo com os trabalhadores”. “Formalizada em sigilo por 11 meses e anunciada dois meses após sua oficialização em cartório, essa fundação gera dúvidas quanto à sua real finalidade e ao impacto que terá sobre a independência técnica e administrativa do Instituto”, diz o texto.

Ainda de acordo com a carta, a falta de clareza e participação em um tema crítico levanta sérios questionamento sobre os critérios que nortearam a criação do IBGE+ e os riscos de desvirtuamento da missão pública do órgão em benefício de interesses privados. Outro ponto levantado na carta é a reformulação do estatuto do órgão, “que está sendo conduzida de maneira pouco transparente e sem o necessário debate com os servidores e a sociedade”.

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O sindicato vem cobrando mais transparência e participação no processo de reformulação, “pois qualquer mudança no estatuto pode comprometer gravemente a governança da instituição e a qualidade dos dados produzidos”, prossegue a carta.

Entretanto, a presidência tem se mantido inflexível e se recusa a fornecer informações ou promover discussões abertas com os trabalhadores, revela o documento. “Essa postura coloca em risco a autonomia do IBGE e sua credibilidade como fonte confiável de dados estatísticos”, critica.

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Diante de um “cenário de escassez financeira” no IBGE, as viagens “frequentes e excessivas” de Pochmann viraram alvo de críticas, conforme consta na carta que circula entre os trabalhadores do órgão. “O IBGE não dispõe de crédito para algumas despesas como o pagamento de aluguéis, está em débito com diversos fornecedores e restringe viagens técnicas essenciais para a condução de pesquisas”, explica Segundo o texto, a prioridade dada a essas viagens, no lugar da manutenção de atividades básicas do instituto, “reforça a desconexão entre a gestão e as reais necessidades do IBGE e do país”

A possibilidade de transferência repentina dos servidores do centro do Rio de Janeiro para o bairro do Horto foi alvo de críticas. Isso acontece pela “indisponibilidade de linhas de ônibus, de metrô e por não ter restaurantes no entorno. “Essas atitudes evidenciam a falta de planejamento e respeito para com os trabalhadores. Tais medidas desnecessárias, se implementadas, tendem a aumentar os gastos de custeio, enquanto desconsideram as reais necessidades do Instituto”, complementa.

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A partir dos fatos apresentados, é pedida a exoneração de Pochmann. “Diante dessa gestão centralizadora e autoritária, que tem tomado decisões sem diálogo, ignorando as demandas dos servidores e comprometendo a autonomia e a missão do IBGE, declaramos que não podemos mais tolerar essa situação”, cita.

A continuidade do mandato está comprometendo o funcionamento da instituição e o impacto negativo das decisões é sentido diariamente pelos trabalhadores pela quantidade de trabalho realizado, prossegue o documento que circula internamente. “Assim, os servidores do IBGE manifestam publicamente seu desejo pelo fim do mandato do atual presidente, Márcio Pochmann e informam que já não o consideram como Presidente desta renomada instituição.”

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Outra carta foi assinada contra a gestão, dessa vez por um grupo de coordenadores e gerentes da Diretoria de Geociências. O documento critica a “ausência de um processo decisório institucionalizado” que “compromete a efetividade das ações e, sobretudo, a harmonia do ambiente de trabalho e o engajamento das equipes com a missão institucional do IBGE”.

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Eles manifestam divergência a quanto à obrigatoriedade do regime de trabalho híbrido, a eventual mudança para o Horto até o final de 2024, a alteração do Estatuto do IBGE e a criação da Fundação IBGE+. “Solicitamos que a Alta Direção considere a implementação de um processo de consulta mais amplo e participativo para decisões, especialmente aquelas de grande impacto para a operação e o funcionamento do Instituto, onde nossa experiência seja realmente levada em consideração nas tomadas de decisões, nunca perdendo de vista os valores institucionais de qualidade, imparcialidade e independência”, diz o documento.

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