O Banco Central indeferiu a aquisição do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília), aumentando a incerteza sobre o futuro da instituição financeira controlada por Daniel Vorcaro. A decisão foi comunicada pelo BRB nesta quarta-feira, evidenciando um importante entrave no processo de expansão do banco estatal do Distrito Federal.
Motivos da Reprovação do Banco Central
O Banco Central não detalhou as razões específicas para negar a operação, que previa a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master pelo BRB. Especialistas e executivos do sistema financeiro alertaram que a transação poderia representar um resgate indevido com recursos públicos, devido aos riscos excessivos assumidos pelo Banco Master.
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Impacto no Mercado e Expectativas do BRB
O BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, tem destacado que a aquisição do Banco Master é uma oportunidade estratégica que pode gerar valor para seus clientes, para o Distrito Federal e para o Sistema Financeiro Nacional. Apesar da reprovação, a instituição informou que irá analisar os fundamentos da decisão do Banco Central para buscar alternativas que viabilizem a operação.
O Banco Master, sob a direção de Daniel Vorcaro, cresceu captando recursos de pessoas físicas por meio de CDBs com altas remunerações e liquidez diária. Contudo, seus investimentos estão concentrados em ativos de baixa liquidez, provocando um descasamento que impacta a saúde financeira da instituição.
Próximos Passos e Expectativas do Mercado
Após o indeferimento do Banco Central, o BRB solicitou acesso ao conteúdo integral da decisão para avaliar medidas futuras. No mercado, o caso do Banco Master segue em destaque, com outras instituições financeiras como o BTG Pactual analisando formas de ajudar, apesar de não apresentar interesse em aquisição.
O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, passou as últimas duas semanas negociando com o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, a compra de ativos da holding. Entre os bens, Daniel Vorcaro vendeu para André Esteves a unidade do Hotel Fasano de São Paulo.
O complexo de luxo situado no Itaim, região com o metro quadrado mais caro do Brasil, custou R$ 400 milhões. Além do hotel, Daniel Vorcaro também vendeu a André Esteves a participação que ele tinha na Light e Pão de Açúcar. O negócio ultrapassa o valor de R$ 1 bilhão.
A negociação entre os dois banqueiros também envolveu a venda de precatórios de Daniel Vorcaro para André Esteves, considerado um dos mais habilidosos empresários do país. As conversas para fechar o negócio ocorreram na sede dos dois bancos, com participação de quase 50 pessoas envolvidas nas tratativas.
Apesar dos rumores, grandes grupos empresariais e financeiros procuraram Vorcaro na intenção de fazer negócio. Entre os interessados, a J&F, dos irmãos Batista; o Banco Safra; além das gestoras de investimento Prisma e Latache.