Deflação deve ser recorde no trimestre dizem analistas. O fato se deve as desonerações promovidas pelo governo e os cortes de preços da gasolina anunciados pela Petrobras podem fazer com que o IPCA registre neste terceiro trimestre a maior deflação trimestral desde o Plano Real.
Sendo que, após dois meses seguidos de queda dos preços, em julho e agosto, economistas ouvidos pelo Broadcast agora monitoram a chance de uma nova taxa negativa em setembro.
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Apenas a título de esclarecimento, economicamente falando a deflação significa o aumento no valor do dinheiro, causado principalmente por uma demanda agregada menor do que a oferta potencial. Dessa forma, os produtos tendem a custar menos do que anteriormente.
Desta forma, os cortes de preços da gasolina estão por trás das expectativas de deflação em setembro. Desde julho, a Petrobras diminuiu quatro vezes o valor cobrado pelo combustível.
“Devemos ter uma nova deflação da gasolina e do etanol, e isso deve garantir mais uma deflação (do índice cheio)”, disse o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, comentando as expectativas para setembro.
Portanto, caso a queda prevista se concretize, o IPCA ficará em terreno negativo por três meses consecutivos pela primeira vez desde 1998, após ceder 0,68% em julho e 0,36% em agosto.
Uma alta de até 0,18% no mês levaria o IPCA a uma deflação de 0,86% no período de julho a setembro, mais intensa do que a queda de 0,85% registrada no terceiro trimestre de 1998 – a maior do Plano Real até agora.
Mas a chance de uma taxa negativa em setembro já aparece nas estimativas preliminares de casas como Greenbay Investimentos (-0,20%), Bank of America (-0,15%), XP Investimentos (-0,14%) e Barclays (-0,10%).
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E ainda, através de relatórios, o chefe de Economia para Brasil e Estratégia para América Latina do BofA, David Beker, acrescenta às pressões de baixa para setembro o alívio de alimentos: “As pressões sobre alimentação e bebidas desaceleraram, seguindo a recente queda dos preços de commodities, e a inflação de preços livres também deve se mover nessa direção.”
No entanto, caso o IPCA fique estável em setembro, a inflação acumulada em 12 meses deve ceder de 8,73%, até agosto, para 7,48% – a menor desde abril de 2021 (6,76%). Apesar do alívio do número cheio, analistas alertam que a dinâmica qualitativa da inflação ainda é preocupante para o Banco Central (BC).
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Por fim, o economista da LCA Fábio Romão, que atribui o viés de baixa na projeção para o ano à possibilidade de novos cortes nos preços de combustíveis e de alívio mais intenso dos alimentos. “É mais fácil o IPCA ir para 6,50% do que para 7%”, afirmou o economista.