Servidores da Prefeitura de Curitiba relataram terem sido coagidos a contribuir financeiramente para a campanha de Eduardo Pimentel (PSD), candidato à prefeitura. Um áudio revelado pela coluna expõe Antônio Carlos Pires Rebello, superintendente de Tecnologia da Informação da prefeitura, instruindo os servidores a comprar convites de até R$ 3 mil para um jantar de arrecadação de campanha, realizado em 3 de setembro.
O pagamento deveria ser feito via Pix para o PSD, e Rebello orientou que as transferências fossem realizadas por contas bancárias de amigos ou parentes para evitar que os servidores fossem identificados.
MAIS: Comitiva de Lula é barrada por equipe de Biden em evento de Bill Clinton nos Estados Unidos
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui.
AINDA: Brasil com discurso de Lula na ONU é ignorado pela imprensa internacional
Durante a reunião, Rebello afirmou que a doação era uma “ajuda para a campanha” e argumentou que essa prática seria “melhor do que fazer caixa 2”. No entanto, ao ser questionado pelos servidores, ele defendeu que os repasses não seriam ilegais. “É ilegal porque vocês estão nos obrigando a fazer a doação”, rebateu um dos presentes.
LEIA: Corrupção e economia promovem nova alta na desaprovação ao governo Lula, segundo pesquisa
Os valores dos convites variavam conforme o nível de gratificação dos servidores, sendo mencionadas cifras de R$ 3.000, R$ 1.500 e R$ 750. Os funcionários, preocupados, questionaram se a contribuição garantiria a permanência de seus cargos e gratificações, caso Pimentel fosse eleito. Rebello respondeu que não havia garantias, mas que a doação “ajudaria a continuar” nas funções.
Em um dos momentos mais tensos da reunião, um servidor, em prantos, declarou que não tinha condições financeiras de pagar o valor exigido. A resposta de Rebello foi ríspida: ele afirmou que todos tinham problemas e ameaçou demitir o servidor caso a conversa continuasse.
MAIS: Secretário-geral da ONU se junta a Lula como “persona non grata” em Israel
Em nota oficial, a Prefeitura de Curitiba repudiou “toda e qualquer atitude que possa configurar ameaça ou constrangimento a servidores públicos no exercício de suas funções”, buscando se distanciar das acusações de coação relatadas pelos funcionários.