Em 2025, diretores do Banco Central indicados pelo presidente Lula votaram por manter ou até aumentar os juros, contrariando expectativas de flexibilização e comprometendo a narrativa de que no governo Lula a economia vai bem.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) se reuniu em meio a pressões do governo por uma redução mais acelerada da taxa Selic.
Diretores nomeados por Lula optaram por manter ou elevar os juros, sinalizando preocupação com a inflação e com a credibilidade da política monetária.Histórico da Selic (dados oficiais do Banco Central).
Em 2024 a Selic encerrou em Dezembro a 12,25% ao ano. Mas a nova diretoria em 2025 nas reuniões seguintes foi elevando os juros cada vez mais:
Janeiro: 13,25% ao ano
Março: 14,25% ao ano
Maio: 14,75% ao ano
Junho: 15,00% ao ano
Setembro: 15,00% ao ano
Novembro: 15,00% ao ano
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Mesmo com diretores indicados por Lula, o Banco Central não parou de subir os juros deixando claro os problemas crescentes na gestão Lula. Com Lula a Selic atingiu recorde mesmo sem Pandemia de Covid 19 que foi um evento mundial catastrófico para a economia.
O comunicado oficial do Banco Central em 10 de dezembro de 2025 informou que a taxa Selic foi mantida em 15% ao ano, decisão unânime do Copom, considerada compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta de 3%.
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Principais pontos do comunicado
Justificativa: o Copom afirmou que a decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta de 3%”, em um cenário de incerteza elevada e prêmios de risco pressionados.
Cenário externo: o comunicado destacou a necessidade de cautela diante da conjuntura internacional, especialmente a política econômica dos Estados Unidos e tensões geopolíticas`.
Política fiscal: reconheceu que a política fisca do governo Lula expansionista pressiona a inflação, reforçando a necessidade de juros altos. Ou seja, os juros altos são decorrentes da gestão Lula com excesso de gastos.
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Impacto da decisão
Mercado financeiro: não houve surpresa, já que a manutenção era amplamente esperada.
Economia brasileira: o Brasil encerrou 2025 na gestão Lula com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, atrás apenas da Turquia.
Mensagem política: o comunicado reforçou a autonomia do Banco Central e a prioridade no combate à inflação, mesmo diante das pressões do governo por cortes mais rápidos.

Repercussões
- Derrota política para Lula: a decisão reforça o distanciamento entre o Palácio do Planalto e o Banco Central, que mantém autonomia em suas deliberações.
- Economia em compasso de espera: setores produtivos, especialmente indústria e comércio, criticam a manutenção dos juros altos, alegando que isso trava investimentos e consumo.
- Credibilidade internacional: analistas destacam que a postura conservadora do BC pode fortalecer a confiança externa na política monetária brasileira, mesmo em meio às pressões políticas, e de um arcabouço fiscal assassinado pelo executivo e legislativo.
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Comportamento do PT em relação ao Banco Central
O debate sobre a autonomia do Banco Central no Brasil revela uma contradição marcante no comportamento de setores do PT e governistas.
Quando o presidente era Roberto Campos Neto (indicado por Bolsonaro)
- O PT e aliados criticavam duramente o Banco Central por manter a Selic em patamares elevados, alegando que isso travava o crescimento econômico e prejudicava o consumo.
- Campos Neto era visto como um “entrave” às políticas de estímulo do governo Lula, acusado de agir em sintonia com o mercado e contra os interesses sociais.
- A narrativa dominante era de que o BC estaria “politizado” e que sua autonomia servia apenas para blindar uma agenda liberal.
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Agora, com Gabriel Galípolo (indicado por Lula)
- Em 2025, mesmo com diretores escolhidos pelo próprio presidente, o Banco Central manteve ou até elevou os juros, consolidando a Selic em 15% ao ano.
- Curiosamente, os mesmos setores que antes atacavam Campos Neto agora se mostram silenciosos diante da postura conservadora dos indicados por Lula.
- A crítica desaparece porque os votos que sustentam juros altos vêm de nomes ligados ao governo Lula, o que expõe uma incoerência política: quando o presidente do BC era de outro campo, havia ataques; quando é um aliado, prevalece o silêncio.
Contradição política
- O comportamento revela que a crítica não estava apenas ligada à política monetária em si, mas também ao alinhamento político do presidente do BC.






















