Com pouco mais de duas semanas do fim de seu mandato presidencial na Venezuela, o ditador Nicolás Maduro anunciou, nesta sexta-feira (20), uma reforma constitucional para “consolidar a soberania popular”. A decisão mostra a direção que o chavismo pretende tomar pelo menos pelos próximos seis anos, sem entregar o cargo ao novo presidente que apresentou as atas eleitorais comprovando vitória.
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– Formei uma equipe com grandes analistas internacionais e nacionais para pensar, junto com o nosso povo, em uma grande reforma constitucional que democratize ainda mais a sociedade venezuelana – afirmou Maduro, em uma mensagem transmitida pela TV.
O ditador venezuelano não detalhou a proposta, mas suas ações parecem centradas em garantir sua perpetuação no poder. Não é a primeira vez que ele recorre a esse tipo de medida em meio a uma crise de popularidade.
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Em 2017, Maduro convocou uma Assembleia Constituinte para “pacificar” o país, então tomado por protestos que exigiam sua saída e denunciavam o cerco às forças opositoras na Assembleia Nacional.
Em 2025, deverão ser realizadas eleições parlamentares e regionais, mas o chavismo está enfrentando seu pior momento político. Denúncias de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho colocaram Maduro no centro de uma crise de legitimidade, mesmo com seus esforços para se manter no poder.
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Maduro indicou que as próximas eleições devem ser realizadas rapidamente, entre fevereiro e março do próximo ano. O Parlamento dominado pelo chavismo aprovou, em novembro, uma reforma da lei das comunas.
O regime mudou também as leis eleitorais e impôs severas restrições às ONGs e à dissidência, aprovando leis como a Simón Bolívar, que prevê inabilitações políticas de até 60 anos, prisão e confisco de bens de venezuelanos que apoiem as sanções dos EUA.
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Enquanto o chavismo apertou o cerco aos opositores na Venezuela, ex-diplomata González Urrutia, candidato da oposição que enfrentou Maduro nas últimas eleições presidenciais e venceu, conforme atas oficiais apresentadas e reconhecidas por diversos países entre eles EUA. Ele está asilado na Espanha e já afirmou que espera janeiro para assumir o governo da Venezuela.