O sistema elétrico de Cuba entrou em colapso total nesta sexta-feira (18), informou o Ministério de Energia e Minas (Minem) do país por meio das redes sociais.
“Às 11h07 desta manhã, devido às condições em que o SEN [sistema elétrico nacional] está operando, ele foi totalmente desconectado”, declarou o órgão, que disse estar trabalhando para o restabelecimento.
O colapso do sistema foi causado por um problema na usina termoelétrica de Guiteras, uma das maiores do país, que obrigou os técnicos a desligá-la, segundo o Minem.
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Essa usina termoelétrica, segundo a própria Unión Eléctrica (UNE), precisou de alguns dias de manutenção depois de estar em operação durante todo o verão (hemisfério norte), e com mais de quatro décadas de atividade.
Em setembro de 2022, uma situação semelhante de “produção zero” ocorreu após a passagem do furacão Ian, sobre a ponta oeste do país. Isso causou uma grande interrupção de energia e deixou Cuba inteira sem luz. A recuperação levou dias.
Cuba está mergulhada em uma grave crise energética devido à escassez de combustível – resultado da falta de moeda estrangeira para importá-lo – para seus motores e usinas geradoras, e à obsolescência de suas sete usinas termoelétricas de estilo soviético, que carecem de investimento e manutenção.
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Nesta sexta-feira, a UNE previu que, no momento de demanda máxima, haveria um apagão que afetaria simultaneamente 49% do país.
Essa seria a segunda maior porcentagem de impacto esperada até agora neste ano, depois do pico de quinta-feira, de cerca de 51%. No início do ano, já foram registradas taxas de mais de 40%.
O primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero, fez um pronunciamento na televisão ontem para falar sobre a atual “emergência nacional” e anunciou medidas como a paralisação de todas as obras estatais não indispensáveis, incluindo hospitais e centros de produção de alimentos.
Os frequentes apagões estão prejudicando a economia cubana – que em 2023 sofreu uma contração de 1,9% e ainda está abaixo dos níveis de 2019 – e estão alimentando o descontentamento social em uma sociedade afetada pela crise econômica que se agravou nos últimos anos, sem comida, energia, saúde e combustível, vivendo na miséria devido a ditadura.
Os frequentes apagões também foram um catalisador para os últimos protestos antigovernamentais de grande dimensão no país, incluindo os de 11 de julho de 2021 – os maiores em décadas – e os de 17 de março em Santiago de Cuba e outras localidades.