Em editorial publicado na noite deste sábado, 29, o jornal Folha de S.Paulo afirmou que “há razões para o pessimismo nas empresas”. A percepção do mercado sobre o estado da economia brasileira piorou, enquanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não corta gastos e estimula o consumo da população.
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“No momento, é visível uma piora na percepção das empresas não financeiras sobre o estado da economia”, avaliou a Folha. “Uma desaceleração é necessária para domar os preços, e o governo correrá riscos maiores se tentar compensar a ação do Banco Central [de aumentar a taxa Selic] com medidas de estímulo.”
Exemplos dessas medidas de estímulo são a ampliação do empréstimo consignado e a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Economistas afirmam que o cenário deve ficar ainda pior, com alta na taxa básica de juros e na inflação, caso o governo Lula amplie gastos públicos.
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“Pisar no freio e no acelerador ao mesmo tempo nunca foi boa estratégia”, escreveu o jornal. “Se o Executivo não tiver paciência para que a política monetária cumpra seu papel, colherá um cenário de juros e inflação elevados por mais tempo.”
Sob Lula, Brasil vê pessimismo das empresas aumentar
Conforme destacou a Folha de S.Paulo, uma pesquisa realizada pelo Banco Central, entre 10 e 28 de fevereiro, com 156 companhias, mostrou uma redução no otimismo dos empreendedores em relação ao desempenho relativo do setor. Mostrou, também, uma piora nas expectativas para a lucratividade nos próximos 12 meses.
Cerca de 50% delas afirma que a situação atual da economia é “discretamente negativa”. Esse número representa uma alta ante os 36,8% das 136 ouvidas na edição anterior da pesquisa, de novembro de 2024.
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A avaliação de quadro “fortemente negativo” subiu de 5,1% para 16,7%. Enquanto isso, 80% das empresas esperam uma alta maior que 4% para custos de mão de obra e insumos.
A projeção mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano foi de 4,2% para 5,5%. A meta do Banco Central é de 3%.
“Outros indicadores também sinalizam perda de ritmo, caso da confiança do varejo e do consumidor”, avalia a Folha. “De outro lado, há boas perspectivas para a agricultura, que deve crescer acima de 5%, e para a indústria extrativa. O mercado de trabalho também é um contraponto, com sólida criação de empregos por meio de carteira assinada e crescimento da massa de rendimentos até agora.”
Na opinião do jornal, o aumento de gastos públicos e de estímulos à economia “tende a sufocar setores dependentes de crédito, como construção civil e indústria”. “Enquanto o cenário global —de crescimento moderado e incertezas geopolíticas— não oferece alento”, conclui.