O governo da Argentina disse nesta quarta-feira (7) que a retirada dos cinco opositores venezuelanos asilados na Embaixada do país em Caracas foi o resultado de meses de trabalho, desde a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
O porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, agradeceu aos EUA em entrevista coletiva pelo que chamou de “bem-sucedida operação de extração” dos asilados e informou que a saída deles foi o resultado de um trabalho confidencial que “começou com o início da era Trump”, em janeiro, e que “os resultados só agora foram divulgados”.
O porta-voz agradeceu especialmente ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e, embora tenha reconhecido que a saída dos asilados foi resultado de meses de trabalho confidencial, disse que “não houve negociação”, em uma possível alusão a um diálogo direto com o regime de Nicolás Maduro.
“Os ditadores são todos extorsionários por natureza”, acrescentou Adorni, que também reiterou o pedido do governo de Milei para a libertação do policial argentino Nahuel Gallo, detido na Venezuela desde dezembro de 2024.
“É claro que vamos continuar trabalhando pela libertação de Nahuel Gallo, que, como todos sabem, foi sequestrado ilegalmente pela ditadura venezuelana”, acrescentou Adorni, além de afirmar que sua liberdade “é uma prioridade” para a Argentina.
“Continuamos a trabalhar com o mais absoluto sigilo devido aos riscos inerentes a um sequestro, como fizemos com essa extração”, enfatizou.
Os cinco asilados, que estavam na legação diplomática desde março de 2024, foram libertados nesta terça-feira (6), de acordo com Rubio, que disse que eles haviam sido resgatados.
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O secretário de Estado americano informou que eles já estavam em território dos EUA, mas não deu detalhes sobre como conseguiram sair da Venezuela, algo que nem o regime venezuelano nem a oposição a Maduro esclareceram.
Após o anúncio dos EUA, o gabinete do presidente Javier Milei divulgou um comunicado no qual parabenizou a “operação bem-sucedida” e agradeceu a Rubio e a “todos os envolvidos”.
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Desde agosto de 2024, a Embaixada argentina permaneceu sob custódia brasileira – após a expulsão dos diplomatas argentinos – embora a ditadura de Maduro tenha revogado essa autorização em setembro alegando um suposto planejamento de atos terroristas dentro das instalações por parte dos asilados.
A maior coalizão opositora da Venezuela, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), pediu na última semana que fosse exercida pressão internacional para interromper o “cerco criminoso” à Embaixada argentina e para que “os salvo-condutos fossem emitidos o mais rápido possível” para os asilados, que entraram na sede diplomática depois que o Ministério Público venezuelano os acusou de vários crimes, como conspiração e traição.