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Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda do PT, afirmou que o impacto negativo do pacote de gastos anunciado pelo governo Lula mostrou “fraquezas” do atual ministro Fernando Haddad (PT). Henrique Meirelles é um economista que atua como Secretário Estadual da Fazenda do governador João Doria, em São Paulo. Além disso, também é ex-Ministro da Fazenda durante o governo Michel Temer (2016-2018) e ex-presidente do Banco Central do Brasil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

A declaração foi feita em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo no domingo 8. Meirelles, que serviu como ministro da Fazenda de 2016 a 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB), ressaltou, porém, a força que Haddad tem no governo, uma vez que ele foi o candidato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando o atual presidente estava impedido de concorrer ao cargo.

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“O ministro Haddad, de um lado, evidencia uma certa fraqueza no sentido de não ter conseguido, possivelmente, aprovar [o envio de] tudo o que era necessário. Por outro lado, ele é um ministro forte do governo. Ele é muito ligado ao Lula, que o colocou como candidato a presidente da República em 2018, quando ele, Lula, não pôde ser candidato. Ele foi candidato do PT ao governo de São Paulo em 2022. É um potencial candidato a sucessor do Lula, seja em 2026, seja em 2030. Mas o fato é que, nesse caso específico, realmente ele teve dificuldade“, disse.

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Para Meirelles, o principal problema do pacote de gastos é o impacto que a medida pode ter a longo prazo. “Não é algo que vai afetar o país este ano ou no próximo, inclusive porque o país está crescendo. O problema maior é a sustentabilidade da dívida num prazo maior”, acrescentou. O ex-ministro da Fazenda pontuou 3 problemas que, na visão dele, mostraram dificuldades de Haddad “fazer o que era necessário”.

os adiamentos do anúncio, que atrasou 3 semanas para ser feito; o tamanho do corte, que, para Meirelles, é menor do que o esperado pelo mercado; e a decisão de Lula de anunciar também a isenção do Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5.000. Meirelles declarou que a arrecadação sobre os super ricos não compensará a redução de ganhos causada pela isenção. Ele destacou a possibilidade de saída de investidores do país e afirmou que o mercado “não é um partido político”. “[A isenção] Incentiva a migração do país de alguns investimentos de empreendedores. O imposto não é uma coisa neutra. Ele tem influência real sobre o funcionamento da economia. Não adianta ficar julgando o mercado, achando que o mercado deveria ser diferente. O mercado não é um partido político“, disse.

HADDAD MINIMIZA REAÇÃO DO MERCADO O ministro minimizou a reação do mercado ao anúncio do pacote fiscal do governo que revisa despesas públicas e muda regras na cobrança do Imposto de Renda.

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Segundo ele, o presidente Lula não pode considerar só o ponto de vista dos agentes financeiros. A fala se deu em um dia que o dólar superou os R$ 6, maior patamarda história. “Ele ouviu todos os ministros e tomou a decisão que pareceu a mais adequada para dialogar com o país. Porque o presidente não dialoga só com o mercado financeiro, dialoga com o país inteiro.

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