Depois de abrir o pregão desta sexta-feira (28) com queda de 0,25%, o dólar voltou a subir e ultrapassou os R$ 5,58 por volta das 11 horas da manhã desta sexta-feira (28). Na hora seguinte, a moeda americana retrocedeu e passou a operar abaixo dos R$ 5,55.
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A movimentação ocorreu após o presidente Lula (PT) fazer novos ataques ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e à taxa de juros, no início da manhã. É importante lembrar que Campos Neto é apenas um de sete votos para a decisão da taxa de juros, sendo que quatro deles indicados por Lula. Portanto, os indicados de Lula estão votando contrários a sua vontade para o bem do Brasil.
“Isso vai melhorar quando eu puder indicar o presidente do Banco Central, e vamos construir uma nova filosofia”, afirmou o petista.
A declaração foi interpretada pelo mercado como indício de que Lula pretende interferir nas decisões do Banco Central.
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Lula também criticou a manutenção da taxa de juros em 10,5%, como anunciado recentemente pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Na quinta -feira (27), Campos Neto apresentou o Relatório Trimestral de Inflação que elevou a estimativa do índice de 3,5% para 4% neste ano, e que já havia sido previsto na ata do Copom divulgada na terça (25).
O presidente do BC ressaltou que a decisão de manter a taxa de juros em 10,5% interrompendo o ciclo de cortes foi tomada “com espírito de equipe para mostrar que o movimento é técnico”.
Para Lula, o percentual mantido pelo BC “é irreal para uma inflação de 4%”. Segundo o petista, a manutenção do percentual “não tem necessidade”.
Apenas este mês, o dólar subiu mais de 8,2%. Ao todo, no ano, a moeda americana já subiu mais de 14,9%.
Por um lado, esse aumento é consequência do mercado externo e das preocupações com os juros americanos. Por outro lado, as constantes críticas do presidente Lula e a resistência do governo petista em cortar gastos também têm pressionado a alta.
Nesta sexta, ao conceder entrevista ao jornal Valor Econômico, Campos Neto disse que as críticas feitas por Lula contra a condução da política monetária e autonomia do BC atrapalham o controle da inflação.
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“Quando você tem uma pessoa da importância do presidente questionando aspectos técnicos da decisão do Banco Central, gera um prêmio de risco na frente. O prêmio de risco sempre faz com que você tenha que olhar o desenvolvimento dessas variáveis e como isso impacta a nossa política. Então, de certa forma, quando você tem um questionamento em relação ao trabalho técnico do Banco Central, sim, impacta o canal de transmissão de política monetário”, afirmou.