Fornecedores da Shein na China estão fechando suas portas, especialmente em Guangzhou, devido ao fim da isenção de impostos para pequenas remessas internacionais nos Estados Unidos, uma medida anunciada pelo governo americano e que passa a valer a partir de 2 de maio de 2025.
Vale lembrar que mesmo com o fim da isenção o imposto que será cobrado dos americanos é bem menor do que o Brasil sob Lula passou a cobrar dos brasileiros para compras acima de apenas US$50. Os americanos consomem mais pois pagam bem menos impostos e tem uma moeda forte.
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- A política “de minimis” dos EUA isentava de impostos importações com valor de varejo até US$ 800, permitindo que a Shein vendesse produtos baratos para consumidores americanos sem custos adicionais significativos.
- O fim dessa isenção, anunciado pelo ex-presidente Donald Trump, resultou em tarifas elevadas (até 145%) sobre produtos chineses, tornando os preços da Shein menos competitivos no mercado americano.
- Como consequência, a demanda por produtos da Shein caiu, especialmente os pedidos feitos aos fornecedores chineses, impactando diretamente as oficinas e fábricas de confecção no distrito de Panyu, conhecido como “Vila Shein”.
Consequências para os Fornecedores Chineses
- Muitas oficinas, que empregavam dezenas de trabalhadores, tiveram que fechar devido à queda nos pedidos e nas vendas. Em apenas dois meses, mais da metade dos fornecedores que operavam no mesmo prédio em Guangzhou encerraram suas atividades.
- Pilhas de produtos da Shein ficaram abandonadas em lojas e oficinas, refletindo o declínio da produção e da demanda local.
- Pequenas empresas não têm recursos para migrar a produção para outros países, como o Vietnã, alternativa incentivada pela Shein para driblar as tarifas americanas.
- Fornecedores maiores estão transferindo parte da produção para o Vietnã, mas isso representa um desafio logístico e financeiro, além de um aumento no tempo de produção, o que pode prejudicar o modelo de negócios da Shein baseado em rapidez e baixos custos.
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Reação da Shein e Perspectivas
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- A Shein nega que esteja reduzindo sua base de fornecedores na China, afirmando que o número de fornecedores chineses aumentou de 5.800 para 7.000 no último ano.
- A empresa está investindo em projetos industriais na China, incluindo um centro de cadeia de suprimentos de US$ 500 milhões em Guangzhou, mas também incentiva a diversificação da produção para o Vietnã.
- Economistas apontam que a economia chinesa, já desacelerada pelo mercado imobiliário em retração, enfrenta maior pressão com essa mudança, podendo ter um segundo trimestre desafiador em 2025.
- Exportações chinesas para os EUA devem cair após o fim da isenção, enquanto as vendas para outros mercados tendem a crescer, aumentando a competição e pressão por preços mais baixos nesses mercados o que inclui o Brasil.
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Resumo do Impacto
Aspecto | Detalhes |
---|---|
Local afetado | Distrito de Panyu, Guangzhou (“Vila Shein”) |
Causa | Fim da isenção de impostos para remessas até US$ 800 nos EUA (política “de minimis”) |
Consequência imediata | Queda nos pedidos da Shein, fechamento de oficinas e fornecedores na China |
Alternativa para fornecedores | Migração da produção para o Vietnã (difícil para pequenas empresas) |
Impacto econômico | Pressão sobre a economia chinesa, desaceleração do setor de vestuário e exportações para EUA |
Estratégia da Shein | Investimentos na China e diversificação para Vietnã, mas nega redução da base chinesa |
A Shein é a chinesa que se mudou para Singapura
a Shein é uma empresa chinesa. Foi fundada em 2008 por Chris Xu em Nanquim, na China, inicialmente com o nome ZZKKO, focada na venda online de vestidos de noiva e posteriormente expandindo para moda feminina em geral.
A partir de 2012, a Shein começou a desenvolver sua própria cadeia de suprimentos e a se tornar uma varejista totalmente integrada, com sede em Guangzhou, China. Embora atualmente tenha sua sede corporativa em Singapura para fins regulatórios, impostos e de expansão internacional, suas operações, cadeia de produção e fornecedores permanecem majoritariamente na China.
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A Shein é conhecida por ser uma gigante do comércio eletrônico de fast fashion, vendendo para mais de 150 países, com foco principal em mercados como Europa, América, Oceania e Oriente Médio. O fundador Chris Xu é um especialista em marketing digital e otimização para mecanismos de busca, e a empresa cresceu rapidamente, chegando a ser avaliada em cerca de US$ 100 bilhões em 2023.
Portanto, apesar de sua expansão global e mudança da sede para Singapura, a Shein é originária da China e mantém forte ligação com o país, especialmente em sua cadeia de suprimentos e fabricação