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Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central (BC), desmentiu na quinta-feira (19) a tese de que a recente alta do dólar tenha sido causada por um “ataque especulativo”, como afirmado pela jornalista Daniela Lima, da GloboNews. Durante a coletiva de apresentação do relatório de inflação do quarto trimestre, em Brasília, Galípolo afirmou que o termo não reflete a dinâmica atual do mercado de câmbio.

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Não é correto tratar o mercado como um bloco monolítico, uma coisa só, coordenada”, declarou. “Mercado funciona com posições contrárias: há quem compre e quem venda. Movimentos como o do dólar resultam em vencedores e perdedores. O termo ataque especulativo não descreve bem o que está acontecendo hoje.”

O dólar chegou a R$ 6,30 nesta semana, apesar das ações do Banco Central, que intensificou a venda de dólares no mercado à vista e realizou leilões de linha, empréstimos de curto prazo em moeda estrangeira. O recuo parcial da cotação ocorreu em meio a um cenário de incertezas fiscais, com o mercado acompanhando a tramitação do pacote de cortes de gastos no Congresso.

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Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, explicou que a alta também está relacionada a uma saída atípica de recursos do país no final do ano. “Identificamos um aumento na remessa de dividendos e lucros ao exterior, que está acima da média. Além disso, há uma elevação nas retiradas realizadas por pessoas físicas”, afirmou.

Campos Neto destacou que o Banco Central possui reservas internacionais robustas, superiores a US$ 370 bilhões, e está preparado para agir, se necessário. Ele reforçou que o regime cambial brasileiro é flutuante e segue as dinâmicas de mercado.

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Governo Lula é desmentido sobre narrativa de especulação

Na terça-feira 17, a jornalista e apresentadora da GloboNews Daniela Lima afirmou que notícias falsas com declarações atribuídas a Galípolo impulsionaram a cotação do dólar –naquele dia, a moeda norte-americana havia chegado a R$ 6,21, um recorde até então. As mensagens atribuídas ao futuro presidente do Banco Central teriam sido compartilhadas por um perfil no X (ex-Twitter) chamado Insiders Capital –que agora está desativado na rede social. Elas diziam que:

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Nath Finanças era cotada para a diretoria do BC sob Galípolo; Galípolo teria declarado que a “moeda do Brics salvaguardaria” o país da “extrema influência” do dólar; Galípolo teria dito que alta do dólar era artificial e que a meta seria fazer a cotação da “moeda estadunidense retornar aos R$ 5 ainda em 2025”. Ele, porém, jamais deu as declarações.

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A narrativa de que essa desinformação afetou o dólar recebeu a anuência do Planalto e gestão Lula. O ministro da Secom, Paulo Pimenta, chamou a alta de “operação criminosa” da “indústria da fake news”. Declarou que as pessoas que fizeram os posts nas redes sociais precisam ser “identificadas, punidas e responsabilizadas”. Na noite da quarta-feira 18, a AGU (Advocacia Geral da União) encaminhou ofícios à PF (Polícia Federal) e à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pedindo a instauração de procedimentos policial e administrativo para apuração de possíveis crimes contra o mercado de capitais.

A ideia do Planalto era de tirar a responsabilidade do governo Lula pelo que ocorre no dólar e na economia brasileira.

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