Glencore negocia fatia da Vale e Hydro na MRN. A Glencore anunciou nesta quinta-feira (27) acordos para assumir 45% da Mineração Rio do Norte (MRN), maior produtora e exportadora de bauxita do Brasil, através da compra de fatias de 40% da Vale e de 5% da Norsk Hydro na empresa.
Em uma operação separada, a mineradora e trading suíça adquiriu ainda uma participação de 30% na Alunorte, refinaria no Pará controlada pela Hydro que produz alumina a partir de bauxita fornecida principalmente pela MRN.
Entre para o Telegram do Investidores Brasil!
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui
Os 40% da Vale na produtora paraense de bauxita serão vendidos primeiro para a Ananke Alumina, uma afiliada da Hydro, por um valor não revelado. Segundo a Hydro, essa participação será imediatamente vendida à Glencore, com base em um acordo “back-to-back”.
LEIA: Lucro da Vale no 1º trimestre tem queda anual de 58,8%, abaixo do esperado
A Hydro também alienará seus 5% na MRN para a Glencore, saindo totalmente do negócio. Com isso, a MRN passa a ter a suíça como principal acionista, em grupo que inclui ainda South32 (33%), Rio Tinto (12%) e CBA (10%).
Ao todo, a Glencore deverá pagar cerca de 700 milhões de dólares pelos ativos na conclusão das operações.
VEJA: Dívida pública brasileira já beira os R$ 6 trilhões
“A aquisição das participações acionárias na Alunorte e na MRN fornece à Glencore exposição à alumina e bauxita de menor carbono, aumentando nossa capacidade de fornecer esse material crítico para a transição energética em andamento para nossos clientes”, disse em nota Robin Scheiner, head de Alumina e Alumínio da Glencore.
MAIS: 3R Petroleum reverte prejuízo em lucro de R$ 16,1 milhões no trimestre
Para a Vale, o desinvestimento da produtora de bauxita, ainda sujeito a aprovações regulatórias, marca a conclusão de seu principal programa de desinvestimento, que envolveu a venda de mais de 10 ativos “non-core” em vários continentes desde 2019.
“Através desse programa, a Vale conseguiu simplificar e reduzir a exposição ao risco dos seus negócios, resultando na eliminação de despesas de até 2 bilhões de dólares por ano”, disse a mineradora brasileira.
Já a norueguesa Hydro atrai um parceiro importante para desenvolver os negócios da Alunorte, afirmou o CEO da empresa, Hilde Merete Aasheim.
ENTENDA: Janja consegue cargo na Organização dos Estados Ibero-americanos
“A Alunorte continua sendo um ativo estratégico fundamental para a Hydro e é uma fonte importante de fornecimento de alumina de baixo carbono para nossas fundições de alumínio primário”, avaliou Aasheim, em comunicado.
Maior refinaria de alumina fora da China, a Alunorte tem uma capacidade nominal anual de 6,3 milhões de toneladas do produto, que é matéria-prima para as operações de alumínio da Hydro pelo mundo.
SAIBA: Dívida pública brasileira já beira os R$ 6 trilhões