Em um país de dimensão continental e inúmeras empresas buscando por contratos, o governo Lula contrata empresas com algum tipo de proximidade aos seus antigos parceiros, envolvidos em escândalos de corrupção.
Uma agência, que tem conexões com mensaleiros, firmou contratos de publicidade no governo Lula (PT). A empresa fez campanhas para a Controladoria-Geral da União (CGU), além de outros ministérios da gestão petista.
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A Filadélfia Comunicação tem sede em Belo Horizonte (MG). A companhia está sob o nome de Érica Fantini Santos, enteada do advogado José Roberto Moreira de Melo, ex-sócio do publicitário Marcos Valério em uma assessoria empresarial.
Moreira de Melo foi condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro em um desdobramento do mensalão, na Justiça Federal no Rio de Janeiro, e recorre da decisão.
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Em novembro de 2024, a agência assinou um contrato de R$ 13,97 milhões para prestar, durante 1 ano, serviços de comunicação digital ao Ministério das Comunicações.
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No contrato, a empresa também realizou campanhas para outros órgãos do governo Lula. No fim de 2024, o governo reservou R$ 593 mil para a empresa prestar serviços ao Ministério de Portos e Aeroportos. As informações são da Folha de S.Paulo.
Uma parte do contrato do Ministério das Comunicações também foi utilizada para um vídeo institucional de 20 anos do Portal da Transparência, a pedido da CGU. A campanha custou R$ 116,1 mil.
Moreira de Melo teria chegado ao ponto de dizer que a agência era sua e se vangloriar do avanço dos novos contratos, segundo indica um áudio enviado na última semana para a sua filha Flávia Melo, com quem tem relações rompidas.
No entanto, Moreira de Melo diz que não faz parte das atividades da empresa.
Em nota, a Filadélfia diz que a empresa é de gestão exclusiva de Érica Fantini desde 2016 e não tem qualquer vínculo com agências como a SMP&B (envolvida no mensalão) ou com Marcos Valério e Cristiano Paz, que foram condenados no escândalo.
Em fevereiro, o Banco da Amazônia anunciou que a Filadélfia venceu uma licitação para assumir a sua conta de comunicação digital. O contrato anual deve ser de cerca de R$ 20 milhões.
A Filadélfia também pode se tornar uma das quatro empresas que devem executar as campanhas publicitárias dos Correios, dentro de contrato anual de R$ 380 milhões.
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Os Correios disseram que a licitação segue a legislação e os critérios estabelecidos no edital. Mas, só após a conclusão das próximas etapas (propostas de preços e análise dos documentos), as companhias vencedoras serão definidas.
A respeito do contrato citado no início da matéria, o Ministério das Comunicações disse que a empresa foi “contratada por meio de processo licitatório conduzido com total transparência e livre concorrência”.
Já a CGU alega que buscou alternativas entre ministérios que pudessem oferecer auxílio na produção de vídeo por não ter contrato firmado para esse serviço.
O Banco da Amazônia também se manifestou, apontando que a contratação da Filadélfia seguiu processo de licitação regular.