Brasília, 24 de outubro de 2025 — A Caixa Econômica Federal anunciou a criação de um fundo de investimento imobiliário (FII) com ativos dos Correios, em uma estratégia para capitalizar a estatal e diversificar fontes de receita. O patrimônio envolvido na operação é estimado em mais de R$ 5,5 bilhões, segundo o presidente da Caixa, Carlos Vieira.
A medida faz parte de um plano mais amplo de reestruturação dos Correios, que também inclui a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com o banco público. O fundo será composto por imóveis operacionais da estatal, como agências, centros de distribuição e prédios administrativos.
“Os Correios são considerados hoje a marca mais valiosa do Brasil, mais valiosa inclusive do que a própria marca da Caixa. Então por que não investir numa marca tão importante?”, afirmou Vieira em entrevista à Folha de S.Paulo.
Como funcionará o fundo
Os imóveis dos Correios serão transferidos para o FII, que será aberto a investidores privados.
- A estatal continuará utilizando os imóveis por meio de contratos de locação, gerando renda recorrente para o fundo.
- A operação permitirá que os Correios monetizem seu patrimônio sem abrir mão da posse direta dos ativos.
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Objetivos da iniciativa
- Reforçar o caixa dos Correios, que enfrentam dificuldades financeiras.
- Atrair capital privado para um fundo com ativos de alto valor e uso garantido.
- Evitar a privatização direta, mantendo o controle estatal sobre os imóveis.
- Aumentar a eficiência patrimonial e reduzir a dependência de recursos públicos.
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Próximos passos
A Caixa informou que o projeto ainda está em fase de estruturação e não há data definida para o lançamento do fundo. No entanto, o banco já sinalizou que há interesse do mercado em participar da operação, especialmente por se tratar de ativos com uso garantido e localização estratégica.
Principais riscos do negócio com fundo dos Correios
- Liquidez dos imóveis: Muitos dos imóveis dos Correios são operacionais e podem ter baixa atratividade no mercado. Se não houver demanda suficiente, o fundo pode não captar os recursos esperados.
- Valorização incerta: A precificação dos imóveis pode não refletir o valor real de mercado, especialmente se forem localizados em áreas menos valorizadas ou com uso restrito.
- Dependência de investidores privados: O sucesso do fundo depende da adesão de investidores. Em um cenário de juros altos ou instabilidade política, o apetite por esse tipo de ativo pode diminuir.
- Risco de concentração: Se o fundo for composto majoritariamente por imóveis dos Correios, há risco de concentração em um único setor e em uma estatal com histórico de dificuldades financeiras.
- Gestão e transparência: A estruturação e administração do fundo exigem governança sólida. Qualquer falha pode comprometer a confiança dos investidores e a eficiência do modelo.
- Impacto fiscal indireto: Embora não seja um aporte direto do Tesouro, o envolvimento da Caixa — banco público — pode gerar questionamentos sobre o uso de recursos estatais para salvar outra estatal.





















