O ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad (PT), visivelmente constrangido com a pergunta incisiva da analista de economia da CNN Brasil, Thais Herédia, resolveu atacar a emissora e, por tabela, a imprensa. Eles acabaram discutindo durante a entrevista, ao vivo, nesta sexta-feira (17).
– (…) Eu quero tocar especificamente no que a gente está vendo nos últimos meses. [Vou] Fazer uma pergunta sincera para o senhor. O que está acontecendo, ministro? De setembro pra cá, o governo parece ter perdido a rédea. O que vocês falam, a população não acredita, vide a crise do Pix. O que vocês fazem, o mercado financeiro não acredita, o investidor não acredita, vide taxa de juros que o tesouro está pagando para financiar a dívida. O que está acontecendo? A crise de confiança escalou pra credibilidade. Como é que vocês vão sair disso? – perguntou Herédia.
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Visivelmente desconfortável com a questão levantada, que constrange e desnuda o governo Lula e a equipe econômica, a qual Haddad comanda, o petista disparou contra a CNN Brasil, estendendo à imprensa o seu ataque.
– Provocativamente eu vou te responder: o que vocês fazem, a população também não acredita. Porque vocês ficaram aqui a semana inteira dizendo que era mentira a questão do Pix, e a população preferiu acreditar num mentiroso do que acreditar… – disse Haddad ao ser interrompido pela analista.
Thais Herédia o interrompeu e defendeu a emissora e a imprensa.
– Sim, eu entendo. Mas a política pública não é nossa.
Haddad retrucou:
– Mas deixa eu te responder. Você não fez a pergunta? Se você quiser complementar – disse o ministro usando de ironia.
A analista então se desculpou pela interrupção, mas frisou que “a política pública não é da imprensa”. E Haddad seguiu:
– Mas o trabalho de informar é de todos nós – disse o petista.
Em seguida, Haddad culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela disseminação do vídeo viralizado do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em que o parlamentar critica a nova medida que seria adotada pela Receita Federal de monitoramento de transações financeiras via Pix.
