O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) criticou a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, nesta quarta (22). Ele foi um dos deputados que irritou o ministro ao fazer alguns questionamentos.
Kataguiri disse que o ministro não respondeu nenhum dos questionamentos objetivos” que ele fez.
MAIS: Governo suspende leilão para importar arroz após países incluírem “custo da propaganda”
Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui
Na audiência, Kim questionou Haddad sobre o porquê não há corte dos privilégios da elite privada, antes de se pensar em tributação, e sobre os “super salários” do funcionalismo público.
“Citei a questão dos super salários entre ministros do próprio governo, que também não são cortados. E ainda assim pensa-se mais em taxar o consumo que penaliza a população mais pobre do que em fazer esses cortes”, explicou o deputado.
Por último, Kataguiri questionou o posicionamento do Ministério da Fazenda em relação a retomada do imposto de importação sobre encomendas do exterior com valor de até US$ 50. “Ele desviou para o ICMS e a minha pergunta foi sobre o imposto de importação, e depois partiu para ataques pessoais”, explica.
“Acho que todo o despreparo e descontrole que ele demonstrou na audiência reflete a realidade econômica do que a geste está vivendo hoje da gestão dele”, concluiu.
SAIBA: PCC tem 1100 postos de combustível no Estado afirmou Tarcísio. PCC faz investimento em políticos
Ao se dirigir ao deputado Kim Kataguiri, Haddad não mencionou sobre possíveis cortes para reduzir regalias, mas disse que o governo tem feito justiça fiscal com que ganha mais. “Quem ganhava dois salários mínimos pagava imposto no governo Bolsonaro. E os amigos que tinham fundo offshore e fundo fechado não pagavam nada. Nada!”, respondeu Haddad.
Já sobre o imposto de importação Haddad rebateu dizendo que tratava-se de imposto dos estados e não da União, e partiu para “ataques” contra o deputados.
“O senhor está querendo botar na conta do governo federal um imposto estadual, na minha opinião uma decisão correta que os governadores tomaram. O senhor vai criticar publicamente os governadores que o senhor apóia? Não, né. Pega o microfone e fala mal do Tarcísio”, rebateu o ministro batendo boca com Kim.
Em seguida, Haddad defendeu a tributação de importações de até US$ 50, por uma questão de justiça com a indústria nacional. Ele lembrou que o programa “Remessa Conforme” do governo fez com que houvesse pelo menos a cobrança do imposto estadual, o que não ocorria antes.
A votação do projeto que pode impor um novo Imposto de Importação para compras internacionais de até US$ 50 estava prevista para essa quarta-feira (22), no plenário da Câmara dos Deputados. No entanto, foi adiada por conta divergências tanto na base governista quanto na oposição. A medida é considerada impopular por parte dos deputados, preocupados com a proximidade das eleições municipais.