Um jantar político promovido na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes partidários, se destacou não apenas pelo conteúdo político, mas também pelo cardápio de bebidas luxuosas, com vinhos de até R$ 1,2 mil a garrafa e uísque japonês de R$ 550, segundo registros encontrados no local.
A realização de um jantar com bebidas de alto custo, em meio a discussões delicadas como a anistia de presos políticos e os escândalos envolvendo o INSS, gerou críticas nas redes sociais e questionamentos sobre o uso de recursos públicos e o tom da articulação política no Congresso Nacional.
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O evento ocorreu na noite da quarta-feira (23) e atravessou a madrugada da quinta-feira (24). O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o único não representado no encontro.
As garrafas vazias, que incluem ao menos quatro vinhos espanhóis de alto padrão, dois uísques escoceses de aproximadamente R$ 600 cada, e licor de laranja, foram encontradas na tarde do dia seguinte nas proximidades da residência oficial da Câmara. O valor total estimado do consumo alcoólico ultrapassa R$ 11 mil. A Câmara foi procurada, mas não respondeu sobre quem financiou ou custeou os produtos.
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No dia seguinte, Hugo Motta anuncia retirada da anistia da pauta
Menos de 12 horas após o jantar, durante a reunião de líderes da Câmara, o presidente Hugo Motta anunciou que a proposta de urgência assinada por mais de 260 deputados para o projeto da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, não entrará na pauta da próxima semana.
Segundo Motta, a decisão partiu de um consenso entre líderes que representam mais de 400 parlamentares. A movimentação causou revolta na oposição, que considerava a votação iminente.
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“A Casa vai votar pouquíssimo daqui pra frente enquanto não houver calendário sobre anistia”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Oposição reage com obstrução: “kit obstrução” será ativado
Diante da exclusão do tema da pauta, a oposição, liderada por Luciano Zucco (PL-RS), anunciou a retomada da obstrução parlamentar, uma estratégia que consiste em atrasar ou travar votações por meio de manobras regimentais.
“A obstrução só será encerrada quando for marcada data para análise da anistia”, declarou Zucco.
O “kit obstrução” será ativado dentro dos limites do regimento, como confirmaram parlamentares do PL, que já haviam reconhecido que o impacto da obstrução pode ser limitado, mas serve como resposta política direta à decisão da base governista.