A indústria brasileira de transformação teve uma queda generalizada em maio após meses de recuperação, de acordo com um levantamento divulgado nesta terça (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O recuo ocorreu nos indicadores de horas trabalhadas na produção, faturamento real, rendimento médio, massa salarial e nível de utilização da capacidade instalada. Apenas o indicador de emprego manteve-se estável de abril para maio.
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Apesar dos recuos, a situação da indústria de transformação ainda é melhor em comparação com o mesmo período de 2023, diz a CNI. O faturamento real recuou 3,8% na passagem de abril para maio, na série livre de efeitos sazonais, mas apresentou um aumento de 1,2% no acumulado do ano (janeiro a maio) em relação ao mesmo período de 2023.
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A economista Larissa Nocko, da CNI, explica que a queda na maioria dos indicadores ocorreu principalmente por conta da tragédia climática no Rio Grande do Sul, que afetou diretamente dezenas de plantas industriais e a logística do estado, e circunstâncias da indústria automotiva.
Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 78,7% em maio de 2024, após uma queda de 0,4 ponto percentual em relação a abril, na série dessazonalizada, apresentando estabilidade em relação a maio de 2023, com uma leve queda de 0,1 ponto percentual.
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A pesquisa Indicadores Industriais, realizada mensalmente pela CNI, tem como objetivo identificar a evolução de curto prazo da atividade industrial, especificamente da indústria de transformação. O levantamento indica o comportamento efetivo da atividade industrial através de variáveis como faturamento, emprego, remuneração e utilização da capacidade.
Iniciada em 1992, a pesquisa é fruto de uma parceria da CNI com as Federações Estaduais das Indústrias, abrangendo estados que respondem por mais de 90% do produto industrial brasileiro. Para a edição de maio, foram consultadas 974 empresas entre os dias 3 e 26 de junho.
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Além da queda no faturamento real, o número de horas trabalhadas na indústria caiu 2,3% de abril para maio. Mas, ao considerar o acumulado do ano, houve um crescimento de 2,6%.
A massa salarial teve uma queda de 1,5% na série ajustada sazonalmente, embora tenha registrado um crescimento de 4,4% quando comparado ao acumulado de 2024 com o mesmo período de 2023.
O rendimento médio dos trabalhadores recuou 1,2% na série livre de efeitos sazonais. Mas, de janeiro a maio de 2024, houve um avanço de 2,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Além da pesquisa apresentar as consequências das enchentes no Rio Grande do Sul em maio, a queda dos indicadores também foi influenciada pelo recuo do setor automotivo, que passou por greves de trabalhadores e interrupção da produção em outras regiões do país no mesmo período”, aponta.