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A decisão do Ibama que determinou vazão reduzida para a usina hidrelétrica de Belo Monte poderá acarretar custos aos consumidores de energia elétrica entre R$1,2 bilhão a R$2,4 bilhões, segundo cálculos apresentados nesta terça-feira pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa.

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O empreendimento instalado no rio Xingu começou a operar com vazão reduzida no fim de janeiro, quando ocorreu uma queda em linhas de transmissão que escoam a energia produzida pela usina. Com essa interrupção, o Ibama disse que houve aumento da vazão em um dos trechos do rio, o que permitiu que os peixes conseguissem fazer a piracema (reprodução com desova) com sucesso.

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O bipolo de transmissão já voltou à operação, mas o Ibama determinou que a hidrelétrica continuasse a operar com vazão reduzida até 15 de março, fim do período de defeso (reprodução dos peixes), visando evitar “efeito deletério” aos animais, segundo ofício encaminhado pelo órgão à Norte Energia, concessionária da usina.

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“O Ibama solicita para que, nas próximas semanas, as manobras sejam feitas com cuidado, sem a retirada da água de forma abrupta, para que os peixes possam ser preservados. Na região, está chovendo muito e, até o momento, não houve redução alguma na geração de energia”, informou o Ibama por meio de assessoria de imprensa.

Segundo o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, a determinação do órgão ambiental “preocupa”, pois irá levar a uma perda de 2.400 megawatts (MW) médios para o atendimento da ponta de carga, isto é, nos momentos em que o sistema elétrico precisa de maior potência, como no fim da tarde.

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Essa restrição da hidrelétrica deverá ser suprida com termelétricas, que também costumam ser acionadas na ponta de carga.

“Registro nosso máximo respeito ao Ibama, seus técnicos e dirigentes… No entanto, não posso deixar de registrar minha preocupação quanto aos impactos dessa decisão, e muito respeitosamente, à forma como ela foi tomada, a partir de ofício encaminhado à concessionária”, afirmou Feitosa, durante reunião da Aneel.

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Procurada, a Norte Energia disse que não iria comentar o assunto. Já o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não respondeu imediatamente a pedido de comentário.

Com mais de 11 gigawatts (GW) de potência, a usina de Belo Monte é uma das maiores hidrelétricas do mundo e opera a fio d’água (sem reservatório de acumulação), estando sujeita às vazões do rio.

O projeto de Belo Monte, aprovado em mandato anterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gera até hoje críticas de ambientalistas por seus impactos no rio Xingu, prejudicando populações locais, pesca e outras atividades.

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