Investidor estrangeiro foge da Bolsa brasileira. Saque superior a R$ 7 bilhões. Com um forte movimento de saída dos estrangeiros, o mercado brasileiro tem sentido na pele o mau humor do mês com a Bolsa registrando uma marca nunca antes vista na história de 13 quedas consecutivas.
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Com o Ibovespa ainda sem saber o que é fechar uma sessão em alta em agosto, o índice acumula a mais longa sequência negativa deste século. Enquanto isso, em mais um mau sinal sobre a percepção de risco para os ativos locais, o CDS (Credit Default Swap), título que funciona como uma espécie de seguro para operações de crédito no país e mensura o risco-Brasil, tem subido – e o avanço ganhou força nos últimos dias.
Especialistas citam o cenário externo como um dos fatores que vem prejudicando a percepção de risco para os mercados emergentes, especialmente em meio à perda de ímpeto da economia chinesa.
Mas, internamente, ruídos políticos vêm elevando as preocupações sobre o cenário fiscal, com dúvidas inclusive sobre cronograma do arcabouço fiscal e sobre a capacidade do Brasil de manter a meta de inflação e controlar as contas públicas, além da insegurança jurídica.
Nesse cenário, até esta terça-feira (15), são 11 quedas seguidas do Ibovespa, igualando a série negativa alcançada pela última vez há quase 40 anos. Em meio a essa sequência, que chama a atenção é que boa parte desse movimento é conduzida pelas vendas dos investidores estrangeiros na renda variável nacional.
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Dados parciais da B3 do mês até a última sexta-feira (11) mostram que os gringos sacaram R$ 7 bilhões em recursos externos em ações já listadas (mercado secundário). O período mais atualizado sobre as retiradas de capital externo na B3 coincide com a maior sequência de dias negativos do Ibovespa desde 1998, quando esteve sob o impacto da crise na Rússia, com o índice à vista enfileirando nove quedas consecutivas em ambos.
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Para se ter uma ideia, o montante parcial deste mês supera em quase R$ 3 bilhões as saídas registradas ao longo de maio. À época, o fluxo de capital estrangeiro ficou negativo em R$ 4,1 bilhões, no terceiro déficit mensal do ano até então.
Voltando as atenções para o movimento mais recente, se no mercado de ações a direção apontada pelos estrangeiros tem sido de saída, o CDS também indica uma piora na percepção de risco. Até esta terça-feira (15), o contrato com vencimento em 10 anos acumulava alta mensal de mais de 11%. Em 2023 até agora, no entanto, ainda há queda de mais de 17%.
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Como o Ibovespa encerrou o dia?
Nesta quinta-feira (17), o Ibovespa caiu 0,55% e fechou a 114.956,55 pontos, marcando a décima terceira queda consecutiva, novo recorde histórico. O mês de agosto ainda não fechou nenhuma sessão no azul, e acumula uma queda de 5,76%. O volume financeiro somava R$ 25,29 bilhões.
IBOV: -0,55% a 114.956,55 pts
IFIX: -0,16% a 3.207 pts
Dólar: -0,10%, a R$ 4,981
Euro: -0,14% a R$ 5,415
Bitcoin: -4,1% a 139.857 pts
Nova York: Dow Jones: -0,84% a 34.474,83 pts S&P500: -0,77% a 4.370,36 pts Nasdaq: -1,17% a 13.316,93 pts