Patrocinado

Já abaladas pelo efeito Trump, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) aprofundaram a desvalorização na Bolsa de Valores brasileira, a B3, nesta tarde de segunda-feira, 7, depois da divulgação de que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, procurou a estatal para pedir a redução no preço dos combustíveis.

MAIS: Países pelo mundo reagem positivamente a tarifas de Trump, segundo secretário do Tesouro Americano

Por volta de 16h10, a queda das ações ordinárias (ON) alcançava 5,49%; enquanto a das preferenciais (PN), 3,50%, levando o valor de mercado da companhia a descer aos R$ 447 bilhões, o menor desde setembro de 2023. Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o ADR referente à ON recuava 8,11%; e o da PN, 5,05%.

Silveira apresentou à Petrobras argumentos que na avaliação do governo justificariam a viabilidade da redução de preços de combustíveis. Dentre eles, é mencionada a perspectiva do aumento da produção de petróleo pelos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+.

AINDA: Desembargador e advogado de defesa é detido e proibido de entrar…

Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo pelo telegram Clique aqui. Se preferir siga-nos no Google News: Clique aqui. Acompanhe-nos pelo Canal do Whastapp. Clique aqui

AINDA: Falta de diplomacia de Lula faz Brasil perder ao menos US$ 1,5 bilhões em exportação com tarifa de Trump sobre o aço. Bolsonaro evitou…

Na semana passada foi anunciado que a produção no mês que vem seria elevada em 411 mil barris por dia (bpd). O grupo de países mencionou “fundamentos saudáveis” e uma “perspectiva positiva” do mercado. O petróleo está em queda no mercado internacional, também puxado pelo temor de uma recessão causada pelo “tarifaço” de Trump, e consequentes retaliações de outros países.

Segundo interlocutores, o ministro Silveira fez uma argumentação à Petrobras baseada no cenário externo, reforçando o respeito à governança da companhia. Ainda de acordo com fontes, não foi apresentado um dado quantitativo de qual seria a redução nos preços considerada ideal para o governo. A informação sobre essa abordagem foi divulgada pela CNN Brasil.

MAIS: Após governo Lula ser condenado a indenizar casal Bolsonaro por acusá-los.

Alta do dólar deve frear queda nos preços
Com a queda no valor do preço do petróleo no mercado internacional, o valor dos combustíveis nas refinarias brasileiras tem ficado mais caro em relação ao preço internacional, o que pode levar a Petrobras a reajustar principalmente o preço da gasolina, há 272 dias sem alteração, aponta levantamento do Estadão/Broadcast. Uma eventual queda, porém, esbarra na alta do dólar, que se aproxima novamente dos R$ 6, refletindo a aversão ao risco por temor à recessão mundial.

Em julho passado, a gasolina teve aumento de R$ 0,20 por litro nas refinarias da estatal. Na sexta-feira, 4, o preço no Brasil estava em média 5% acima do Golfo do México, de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

AINDA: MST inicia invasões de terra e aterroriza proprietários rurais.

No dia 1º de abril, a Petrobras reduziu o diesel em R$ 0,17 o litro, mas não mexeu na gasolina. Apesar dessa redução, o preço do diesel continua 5% mais caro no mercado internacional do que no Brasil. A queda de preços está arrastando para baixo também as ações da estatal, que já acumulam recuo de 9,85% no mês, no caso das ações preferenciais, e de 11,6% nas ordinárias. Com isso, o valor de mercado da estatal cai hoje para R$ 450 bilhões, até aqui, o menor market cap desde dezembro de 2023.

LEIA: Multidão de brasileiros em manifestação pacifica na avenida Paulista pela anistia urgente…

Nos polos de importação de Itacoatiara, no Amazonas, e Aratu, na Bahia, a gasolina estava com o preço 7% acima dos preços externos no fechamento de sexta-feira, 4. Na média, o preço da gasolina está 5% mais caro do que no Golfo do México, usado como parâmetro para importação, o que poderia puxar uma redução de R$ 0,13 por litro no combustível.

Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), os contratos futuros do petróleo e seus derivados registraram uma segunda sessão consecutiva de perdas substanciais na última sexta-feira, 4, levando os preços internos para uma diferença também de 5% em relação ao mercado internacional, no cálculo da consultoria. Hoje, a depressão continua, com a commodity do tipo Brent registrando queda de 1,71%, por volta das 15h, cotada a US$ 64,28 o barril.

LEIA: Empresa investigada por fraude há mais de 12 anos em recuperação judicial tem contrato milionário na COP30..

“Em um novo capítulo do que vem se configurando como uma guerra comercial global, a China anunciou tarifas de 34% sobre quaisquer importações norte-americanas no país, alimentando a incerteza sobre o crescimento da atividade econômica no curto prazo”, avaliou o Cbie em relatório nesta segunda-feira, ressaltando que o preço do barril foi ainda pressionado por um desempenho robusto do dólar e pela perspectiva de retorno da oferta da Opep+.

Em meados de março, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que poderia baixar os preços caso os combustíveis no Brasil fiquem muito mais caros do que os patamares praticados no mercado internacional. “Se o preço (no Brasil) ficar muito acima do mercado (externo) e enxergarmos que a tendência é essa, vamos mexer certamente. Da mesma forma, se ficar abaixo vamos mexer também”, disse Magda.

Receba conteúdo exclusivo sobre os temas de seu interesse! Confirme em sua caixa de e-mail sua inscrição para não perder nada