Investidores estão tentando se desfazer de mais de R$ 10 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) do Banco Master, o que está pressionando os rendimentos oferecidos pela instituição para cima. Essa movimentação é resultado da incerteza gerada pelo anúncio de venda do banco ao Banco de Brasília (BRB), que trouxe questionamentos sobre a saúde financeira do Master e o destino dos ativos dos investidores.
Os CDBs do Banco Master oferecem rendimentos atraentes, como inflação mais 11,5% para vencimentos em maio de 2026, superando os rendimentos de bancos rivais, como o Banco Pine, que oferece inflação mais 8,5% para vencimentos em junho de 2026. No entanto, a liquidez diária desses títulos é limitada, dificultando a negociação no mercado secundário.
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A garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ é um fator importante para os investidores, mas aqueles com valores acima desse limite estão buscando reduzir suas exposições para se protegerem contra possíveis riscos.
O Banco Master enfrenta desafios significativos, incluindo dívidas de R$ 16 bilhões vencendo em 2024, o que aumenta a pressão sobre a instituição para captar recursos.
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A venda do Banco Master ao BRB ainda não foi concretizada, e a incerteza sobre os ativos que permanecerão sob o controle do BRB ou se manterão em uma holding separada contribui para a ansiedade dos investidores.
Enquanto isso, o mercado secundário observa um aumento nas taxas oferecidas para os CDBs existentes, refletindo o ajuste de posições dos investidores em meio à incerteza sobre o futuro do banco.
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Os CDBs do Banco Master têm oferecido taxas de juros significativamente altas em comparação com outros bancos. Até recentemente, esses títulos chegaram a pagar até 140% do CDI, embora tenham sido reduzidos após o anúncio da compra pelo Banco de Brasília (BRB) para cerca de 120% do CDI. Em comparação, os grandes bancos geralmente oferecem taxas de cerca de 100% do CDI. Outros bancos médios e pequenos, como o Paraná Banco e o Banco BS2, oferecem taxas de 115% e 110% do CDI, respectivamente.
Comparação das Taxas de Juros do Banco Master
Banco | Taxa de Juros (em relação ao CDI) |
---|---|
Banco Master | Até 140% (antes da redução), atualmente até 120% |
Grandes Bancos | Cerca de 100% |
Paraná Banco | 115% |
Banco BS2 | 110% |
Banco Original | 110% |
Essas taxas mais altas refletem o maior risco associado aos CDBs do Banco Master, que precisam atrair investidores com retornos mais atraentes devido à sua situação financeira e à incerteza sobre a venda ao BRB.
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Considerações sobre o Risco Renda Fixa
- Garantia do FGC: Os CDBs estão garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, o que oferece uma proteção significativa para os investidores.
- Risco de Liquidez: A liquidez dos CDBs do Master no mercado secundário pode ser limitada, o que dificulta a negociação rápida desses títulos.
- Impacto da Venda ao BRB: A incerteza sobre a venda ao BRB e o futuro dos ativos do Master afeta a confiança dos investidores, levando a uma maior pressão para a venda desses títulos.
Os principais riscos associados aos CDBs do Banco Master incluem:
- Risco de Crédito:
- Os CDBs do Banco Master oferecem taxas de juros altas, que podem chegar a até 140% do CDI, o que indica um risco de crédito mais elevado. Isso ocorre porque o banco precisa atrair investidores com retornos mais atraentes devido à sua situação financeira frágil.
- A saúde financeira do Banco Master é vista com desconfiança pelo mercado, o que aumenta o risco de não honrar os compromissos com os investidores.
- Baixa Liquidez:
- Os CDBs do Banco Master não têm liquidez diária antes do vencimento, o que significa que os investidores não podem resgatá-los facilmente no próprio banco. Para vender esses títulos, é necessário negociá-los no mercado secundário, geralmente com desconto4.
- Dependência do FGC:
- Embora o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ofereça cobertura até R$ 250 mil por CPF, investidores com valores acima desse limite estão expostos a um risco maior. Além disso, a grande exposição dos CDBs do Master ao FGC pode comprometer significativamente a liquidez do fundo em caso de problemas.
- Incerteza sobre a Venda ao BRB:
- A venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB) ainda não foi concretizada, e a incerteza sobre como os ativos serão distribuídos afeta a confiança dos investidores. Isso pode impactar a capacidade do banco de honrar seus compromissos.
- Ativos Ilíquidos:
- O Banco Master possui muitos ativos ilíquidos, o que pode dificultar a liquidação rápida de seu portfólio em caso de necessidade, aumentando o risco para os investidores.