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A brasileira JBS (JBSS3), maior processadora de carnes do mundo, teve lucro líquido de R$ 1,72 bilhão no segundo trimestre, revertendo um prejuízo registrado no mesmo período do ano passado, diante da força das operações de aves e suínos em meio a custos mais baixos com matérias-primas como grãos.

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O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou R$ 9,88 bilhões, mais que o dobro do mesmo período ano passado, com cerca de 75% do montante advindo das unidades que processam frango e porcos (Pilgrim’s Pride PPC.O, Seara e JBS USA Pork).

“O equilíbrio entre oferta e demanda, o preço (mais baixo) das commodities (grãos) e as melhorias operacionais, isso é o tripé que entregou esses resultados”, explicou o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.

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Os preços do milho e da soja, matérias-primas para a ração, estão oscilando perto dos patamares mais baixos em cerca de quatro anos na bolsa de Chicago, em meio a expectativas de grandes safras nos Estados Unidos e em outros países, como o Brasil.

Isso tem impacto importante nos resultados do grupo, que já foi prejudicado no passado quando as cotações das matérias-primas estavam mais altas, apertando as margens.

Mas Tomazoni disse ser difícil separar os benefícios dos custos mais baixos do impacto positivo das melhorias operacionais implementadas pela empresa.

Com o desempenho operacional apresentado, a JBS aumentou a geração de caixa livre de R$ 1,26 bilhão no segundo trimestre de 2023 para R$ 5,5 bilhões no período de abril e junho, o que permitiu desalavancagem da dívida pela empresa.

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Em reais, o indicador passou de 3,87 vezes no mesmo período do ano passado para 3,06 vezes ao final do segundo trimestre. Em dólares, a desalavancagem é maior, de 4,15 vezes para 2,77 vezes, com a dívida líquida caindo mais de 1 bilhão de dólares na comparação com o primeiro trimestre, para 14,8 bilhões de dólares.

“A empresa reduziu o endividamento e pode manter os seus planos de crescimento, continuar crescendo e gerando retorno para os acionistas”, disse o CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti.

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Ele afirmou que a unidade de alimentos processados, aves e suínos da JBS no Brasil, a Seara, já superou desafios operacionais passados e que melhorias estão sendo incorporadas, mas há mais por vir.

“A Seara já entregou um Ebitda forte, passou de R$ 2 bilhões, mas tem potencial ainda, não está no seu potencial, agora com a incorporação das questões comerciais, o pricing, gestão de mix, gestão de distribuição, a gente pode fazer melhor”, declarou.

A Pilgrim’s, na qual a JBS detém fatia de 82,5%, já havia divulgado Ebitda recorde no segundo trimestre.

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O executivo ressaltou ainda que as unidades de carne bovina do Brasil e da Austrália estão tendo bons resultados, uma vez que esses países vivem um ciclo positivo da pecuária, com maior oferta de gado e menores custos, o que não acontece nos Estados Unidos, que responde por cerca de 30% da receita da empresa.

A receita total da companhia, a propósito, superou R$ 100 bilhões em um trimestre pela primeira vez, atingindo R$ 100,6 bilhões, com alta de 12,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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Entre os fatores, o executivo destacou boa demanda dos consumidores, em momento em que alguns mercados onde a JBS atua vem apresentando consumo firme.

A despeito das dificuldades em bovinos nos EUA, ele disse que empresa está “animada com o negócio” de “beef”.

“O Brasil cresceu bastante os volumes de processamento de animais, e o consumo doméstico foi maior do que a exportação, isso mostra a elasticidade que tem no preço…, baixa o preço no mercado interno, o consumidor busca”, declarou, citando também queda nos preços no mercado internacional.

“O consumo internacional está aumentando, o Brasil exportou menos para a China, mas exportou para outros destinos, como Estados Unidos, Chile e Oriente Médio”, afirmou.

Segundo ele, a ideia é que as unidades de carne bovina de Brasil e Austrália sigam bem, enquanto nos EUA a divisão de “beef” vai continuar lidando com alto custo do gado e dificuldade de repasse de preços.

“Na carne bovina nos EUA, vamos continuar tendo anos difíceis, ano que vem não vai ser um ano fácil também, talvez no segundo semestre a coisa comece a melhorar”, afirmou.

Além das dificuldades locais, os produtores dos EUA também enfrentam a concorrência da carne importada do Brasil e da Austrália, lembrou o executivo. “E o consumidor também está indo de cortes mais caros para cortes mais baratos.”

Sobre o plano de dupla listagem de ações, o CEO da JBS afirmou que esta continua sendo uma estratégia importante para a empresa “destravar” valor nos EUA.

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Mas que ainda aguarda autorização do regulador de mercados norte-americano (SEC).

“Nós não controlamos este cronograma, a gente parou de querer precisar (uma data), estamos em processo natural de diálogo e esclarecimento com a SEC, e quando tivermos o aval da SEC para o registro, vamos convocar a assembleia (de acionistas) e colocar em votação e seguir o processo”, afirmou.

Ele ponderou que a empresa não tem pressa, já que tem gerado resultados “ótimos” e as perspectivas são favoráveis.

De maneira geral, esses resultados dos segmentos de aves e suínos ajudaram a compensar uma queda de 65% no Ebitda da unidade de carne bovina da América do Norte, que responde pela maior parte do faturamento da empresa.

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