-A J&F Investimentos, holding da família Batista, está em negociações para adquirir uma usina termelétrica da companhia francesa EDF no Rio de Janeiro, segundo a Reuters.
A venda, que pode chegar a até R$2 bilhões, também atraiu o interesse de outros potenciais compradores, de acordo com uma das fontes.
Uma delas destacou que o processo de venda do ativo, coordenado pelo Bank of America, ainda está em estágio inicial e que a J&F ainda não apresentou uma proposta vinculante.
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A usina da EDF está atualmente sem contrato de venda de energia, o que é visto como um atrativo para a J&F, segundo uma das fontes. O grupo é conhecida por buscar ativos problemáticos ou com desempenho abaixo do esperado, apostando em uma reestruturação. A Âmbar Energia já possui outras usinas descontratadas em seu portfólio.
A J&F e o Bank of America não quiseram comentar. A EDF não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A venda ocorre em meio a uma reestruturação estratégica da EDF, que está realinhando seu portfólio internacional e se desfazendo de ativos não essenciais para focar em projetos nucleares domésticos.
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A J&F, que também é controladora da processadora de carnes JBS, vem expandindo sua atuação no setor de energia por meio de sua subsidiária Âmbar Energia.
Separadamente, a holding apresentou nesta semana uma proposta para adquirir a Roraima Energia, distribuidora de energia no Estado de Roraima, atualmente controlada pelo grupo Oliveira Energia.
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No ano passado, a J&F assinou um acordo preliminar com a Oliveira Energia para assumir o controle da distribuidora de energia no Amazonas, mas o negócio ainda não foi finalizado.
As movimentações da J&F fazem parte de uma onda de fusões e aquisições no setor de energia brasileiro, com outros grandes negócios potencialmente em andamento por empresas como a canadense Brookfield e a francesa Engie, segundo fontes com conhecimento do assunto.
Energia e recursos naturais lideram a atividade de M&A no Brasil este ano, com transações que somam US$22,3 bilhões, o equivalente a 53% de todos os negócios no país, segundo a assessoria financeira Seneca Evercore.
Quatro dos dez maiores negócios no Brasil em 2025 foram no setor de energia, e três em recursos naturais, impulsionados por compradores em busca de setores resilientes e com fluxo de caixa estável, afirmou Daniel Wainstein, sócio-fundador da Seneca Evercore.

Entre os grandes negócios no radar está a venda da unidade de transmissão de energia Mantiqueira, do fundo canadense Brookfield, com linhas que atravessam diversos municípios de Minas Gerais.
A transação, coordenada pelos bancos de investimento brasileiros Itaú BBA e Bradesco BBI, pode movimentar cerca de R$5 bilhões, com o processo de concorrência já em andamento, segundo duas fontes com conhecimento das negociações.
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As partes envolvidas esperam anunciar a venda até o fim do ano ou início de 2026, disseram as fontes à Reuters.
O negócio, já divulgado pela imprensa no Brasil, atraiu o interesse da chinesa State Grid, do Grupo Energía Bogotá (GEB), da Colômbia, e de um consórcio formado pelas brasileiras Taesa e Cemig, conforme apuração independente da Reuters.
Brookfield, Cemig, Itaú BBA e Bradesco BBI não quiseram comentar. State Grid, GEB e Taesa não responderam aos pedidos de comentário.
Enquanto isso, a subsidiária brasileira da Engie está considerando vender uma participação minoritária em seus ativos de transmissão, confirmaram duas fontes próximas às negociações.
Com sede na França, a Engie contratou o banco de investimento Morgan Stanley para analisar uma possível parceria que apoie seus investimentos em linhas de transmissão, disse uma das fontes. Outra pessoa indicou que a transação, embora em andamento, ainda está em fase inicial, sem comprador definido até o momento.
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Em comunicado, a Engie confirmou que contratou um assessor financeiro para avaliar oportunidades no mercado de transmissão de energia elétrica, embora nenhuma decisão tenha sido tomada até agora.
O Morgan Stanley não quis comentar.
Negócios envolvendo transmissão de energia vêm ganhando interesse diante da ascensão das redes como uma das áreas mais rentáveis para empresas do setor elétrico em todo o mundo, enquanto a geração enfrenta desafios crescentes.
“Chineses, árabes e japoneses, estão todos olhando”, disse Wainstein, observando que os desafios geopolíticos estão impulsionando o interesse de regiões que historicamente não faziam grandes investimentos diretos no país.
“Esperamos que o setor continue registrando forte atividade de M&A, impulsionado pela transição energética, mudanças regulatórias e consolidação do mercado local”, acrescentou