Blumenau, 24 de outubro de 2025 — O juiz federal Eduardo Appio, que atuou na 13ª Vara Federal de Curitiba e ficou conhecido por criticar os métodos da Operação Lava Jato, está sendo investigado por suspeita de tentativa de furto de garrafas de champanhe em um supermercado na cidade de Blumenau, Santa Catarina. Ele também apoiou Lula e fez doação para a campanha eleitoral 2022 de Lula a quantia de R$ 13. Atualmente em suas redes sociais ele se apresenta como: Professor Universitário e Juiz Federal em Curitiba. Direito Constitucional.
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Segundo informações da Polícia Civil, o caso ocorreu na última quarta-feira (22), quando Appio teria sido flagrado por câmeras de segurança tentando sair do estabelecimento com duas ou três garrafas de champanhe Möet & Chandon, cada uma avaliada em cerca de R$ 500. O boletim de ocorrência foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsável por supervisionar magistrados da Justiça Federal na região Sul.
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Reação do magistrado
Procurado pela imprensa, Appio afirmou que tudo não passa de um “mal-entendido” e que sempre pagou por todas as suas despesas. Em nota, declarou que tomará medidas legais contra o que classificou como “boatos com motivação política” e disse ser alvo de perseguição. Posteriormente, apagou mensagens nas redes sociais e manteve apenas uma nota oficial sobre o caso.
Histórico de controvérsias
Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba em 2023, após a saída de Sérgio Moro, e rapidamente se tornou uma figura polêmica ao questionar a imparcialidade da Lava Jato e anular decisões anteriores. Sua atuação gerou atritos com colegas do Judiciário e com membros do Ministério Público Federal.
Appio atuou na 13ª Vara de Curitiba, que ficou conhecida como a “Vara da Lava Jato”, de fevereiro a maio de 2023.
Abertamente crítico dos métodos da operação deflagrada em 2014 e da atuação das autoridades que ganharam notoriedade durante a investigação como o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, Appio assinou decisões polêmicas e se tornou alvo de pedido de suspeição proposto pelo Ministério Público Federal.
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Entre outras coisas, o MPF apontava os vínculos de Appio com lideranças do PT. Até o início de 2023, Appio usava o login “LUL2022” para acessar o sistema da Justiça Federal.
O TRF-4 já havia afastado Appio de suas funções em 2023, após ele ser acusado de ligar para o filho de um desembargador se passando por outra pessoa para tentar colher informações, o que resultou em um processo disciplinar.
O episódio que gerou o afastamento de Appio da 13ª Vara Federal foi uma ligação para o advogado João Eduardo Barreto Malucelli, sócio do ex-juiz Sergio Moro (hoje senador) em um escritório de advocacia e filho do desembargador federal Marcelo Malucelli, então relator da Lava Jato em segunda instância.
Na ligação, Appio fingiu ser outra pessoa, na tentativa de comprovar que falava com o filho de Marcelo Malucelli.
Publicamente, Appio negava ter feito a ligação, que foi gravada por João Eduardo. Admitiu apenas em setembro de 2024, durante uma entrevista exibida na TV Brasil, quando também explicou que seu objetivo era comprovar que Malucelli não teria a isenção necessária para atuar em processos envolvendo o advogado Rodrigo Tacla Duran, por conta do vínculo entre seu filho, João Eduardo, e Moro.
A Corregedoria do TRF-4 informou que analisará o caso com base no boletim de ocorrência e nas imagens de segurança. Caso a suspeita seja confirmada, Appio poderá responder a um novo processo disciplinar e até enfrentar sanções administrativas ou criminais.



















