O criminalista Renato Vieira alertou que possíveis falhas no acesso à documentação e no tempo disponibilizado para análise dos autos podem resultar na anulação do processo em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita após a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros advogados alegarem que não tiveram acesso integral aos documentos da denúncia.
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Inclusive foi demonstrado durante a audiência, que o Procurador Geral da República, Paulo Gonet, estava apresentando novas acusações, durante a defesa oral dos réus, o que é passível de anulação total do processo.
Renato Vieira também abordou a complexidade jurídica envolvendo os crimes em discussão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. O especialista destacou que a coexistência desses dois crimes é uma questão que demanda atenção especial do STF, principalmente considerando as mais de 600 condenações já realizadas pela Corte em casos relacionados.

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Segundo Vieira, a paridade de armas entre acusação e defesa é fundamental para garantir um processo justo. “O nível de informação dos documentos deve ser o mesmo para quem acusa e para quem se defende”, explicou o especialista, ressaltando que documentos conhecidos pela acusação, mesmo que não utilizados na denúncia, podem ser relevantes para a estratégia da defesa.
O criminalista enfatizou que o prazo razoável para análise de documentos não é apenas uma garantia individual, mas um direito previsto na Convenção Interamericana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. A preparação adequada para momentos cruciais do processo, como audiências, requer tempo suficiente para compreensão do material disponibilizado.
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O criminalista expressou preocupação com o fato de o caso estar sendo julgado por uma turma do STF, e não pelo plenário. Para ele, devido à projeção nacional e internacional do processo, bem como seu aspecto histórico e o ineditismo das discussões jurídicas envolvidas, o julgamento pelo plenário seria mais adequado. Segundo informações da CNN Brasil.