Lula deve sindicalizar microempreendedores de aplicativo e cobrar impostos. No encontro com centrais sindicais nessa quarta-feira,18, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os trabalhadores de aplicativo não são microempreendedores, porque não têm um sistema de seguridade social que os proteja em casos de acidentes ou doenças.
SAIBA MAIS: Startup demite 15% da equipe e culpa economia
“Aqui, entre esses dirigentes sindicais, ninguém quer voltar a construir a estrutura sindical tal como era. As pessoas sabem que devem haver mudanças, as pessoas sabem que o mundo do trabalho mudou, que é preciso a gente se modernizar, é preciso a gente se reinventar a nível de estrutura e é necessário a gente se reinventar na construção de uma nova relação entre capital e trabalho”, iniciou Lula.
“É porque nós vamos criar uma comissão de negociação; primeiro, com os sindicatos, com o governo, com os empresários, para a gente acabar com essa história de que o trabalhador de aplicativo é um microempreendedor. Ele não é um microempreendedor. Ele percebe que ele não é microempreendedor quando ele se machuca, quando ele fica doente, quando quebra a moto, quando quebra o carro. Ele começa a perceber que num momento de infortúnio ele não tem um sistema de seguridade social”, prosseguiu.
LEIA TAMBÉM: Universidades perdem R$ 4 bilhões com veto de Lula
Na reunião com sindicalistas foi anunciada a criação de três grupos de trabalho para propor mudanças na regra de reajuste do salário mínimo e na legislação trabalhista. Um dos grupos tem por objetivo normatizar a contratação de trabalhadores por aplicativo, com direitos garantidos a entregadores e motoristas.
Uma das promessas da campanha de Lula foi a de Incluir os trabalhadores de aplicativos na CLT e o direito ao seguro de vida em caso de acidente é uma das solicitações das centrais sindicais.
ENTENDA AINDA: PIX foi responsável pela abertura de 9 milhões de novas contas bancárias
Na reunião, o presidente determinou que no prazo de 45 dias prorrogáveis por igual período, os ministérios do Trabalho e Emprego, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, da Previdência Social, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e a Secretaria-Geral e a Casa Civil da Presidência da República elaborem propostas para instituir políticas de valorização do salário mínimo em seus instrumentos de gestão e monitoramento.
VEJA AINDA: Cláudia Raia vai receber R$ 5 milhões pela Lei Rouanet
A política de valorização do salário mínimo também é uma agenda da campanha eleitoral e as centrais sindicais pleiteiam um piso seja ainda maior que seria de R$ 1.343 (com correção pelo INPC, de 5,93%, somada ao PIB de 4,6% de 2021). Lembrando que as centrais sindicais foram praticamente abolidas por Bolsonaro, cujo próprio governo passou a cuidar dos interesses do trabalhador sem intermediários. O governo Lula esta reabilitando os sindicatos que abocanham um percentual do salário de todos os trabalhadores. Estima-se que cerca de R$ 4 bilhões sairão do bolso dos trabalhadores para bancar sindicatos.
SAIBA MAIS: General Arruda é exonerado do comando do Exército Brasileiro
Participaram da reunião a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Intersindical Central Sindical, a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), a Central Pública, a Central Conlutas, a Intersindical Instrumento de Lutas, a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Desde que Lula tomou posse diversas empresas tem anunciado redução de funcionários e até mesmo encerramento das atividades no Brasil. A empresa 99 é uma das que está encerrando suas atividades no país, tendo em vista o cenário que se configura.
MAIS INFORMAÇÃO: Lula paga mais de R$ 210 mil em hospedagem com dinheiro dos brasileiros