O tarifaço anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros importados, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025, deve causar perdas bilionárias a diversos Estados do Brasil, alerta um estudo recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, o impacto total nas unidades da federação pode ultrapassar R$ 19 bilhões, gerando retração significativa no PIB estadual, perda de competitividade, queda nas exportações e ameaça a pelo menos 110 mil empregos na indústria nacional.
A dependência comercial dos Estados Unidos como mercado exportador é maior em regiões como Sudeste, Sul e Nordeste, resultando em perdas econômicas desiguais entre os Estados.
Os Estados do Sudeste e do Sul devem sofrer os maiores prejuízos financeiros, mesmo com exportações mais diversificadas.
São Paulo lidera com o maior prejuízo financeiro, estimado em R$ 4,4 bilhões, representando 19% das exportações do estado para os EUA em 2024. A indústria de transformação responde por 92,1% dessas vendas, principalmente de produtos processados. O impacto previsto corresponde a uma queda de 0,13% no PIB paulista.
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- Rio Grande do Sul terá o segundo maior impacto, com perda potencial de R$ 1,917 bilhão no PIB. Os EUA foram o 3º maior destino das exportações gaúchas, que totalizaram US$ 1,8 bilhão. Setores afetados incluem produtos de metal, fumo, couro e calçados.
- Paraná vem logo após, com prejuízo estimado de R$ 1,914 bilhão no PIB, onde 97,5% das exportações para os EUA são da indústria de transformação, destacando madeira, alimentos, máquinas e equipamentos como principais setores exportadores.
- Santa Catarina aparece em quarto lugar, com perda financeira de aproximadamente R$ 1,7 bilhão e queda de 0,31% no PIB, quase toda a exportação para os EUA é industrial, destacando madeira, automóveis e máquinas elétricas.
- Minas Gerais pode sofrer perdas de R$ 1,6 bilhão, com destaque para metalurgia, produção vegetal e animal, e alimentos como principais setores exportadores aos EUA.
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“Os impactos são muito preocupantes”, avalia Ricardo Alban, presidente da confederação. Ele avalia que o aumento das tarifas americanas prejudica os setores produtivos estratégicos e compromete a competitividade das exportações brasileiras.
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Além destes, os Estados do Amazonas e Pará também enfrentarão impactos bilionários, respectivamente de R$ 1,1 bilhão (queda de 0,67% no PIB) e R$ 973 milhões (queda de 0,28% no PIB), com grande participação da indústria local voltada para equipamentos de transporte, metalurgia, químicos e alimentos.
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Outras regiões, como Centro-Oeste e Nordeste, apesar de menos dependentes do mercado americano, também sofrerão perdas relevantes. Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul juntos podem somar prejuízos acima de R$ 1,9 bilhão, enquanto no Nordeste, Bahia (R$ 404 mi), Pernambuco (R$ 377 mi) e Ceará (R$ 190 mi) lideram a lista de perdas. Estados com menor dependência, como Roraima, Sergipe, Acre, Piauí e Amapá, registram perdas financeiras discretas, abaixo de R$ 40 milhões cada.
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O Ceará, fortemente impactado, depende em quase 45% das exportações para os EUA, especialmente nas cadeias do aço, pescado, cera de carnaúba, castanha de caju e calçados. O presidente da Federação das Indústrias do Ceará alerta que cerca de 8 mil empregos estão em risco, e mais de 40 mil pessoas estão envolvidas nas cadeias produtivas diretamente afetadas, especialmente na pesca, onde mais de 90% da produção de peixe vermelho é destinada ao mercado americano.
Diante desse cenário alarmante, a CNI destaca a necessidade urgente de diálogo com autoridades e empresários dos EUA para buscar alternativas que minimizem os danos à indústria brasileira e preservem a competitividade global do país. A entidade reforça que o tarifaço pode provocar uma redução de 0,16% no PIB nacional e impactar negativamente o comércio mundial.