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O presidente do UBS, Colm Kelleher, manteve conversas com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre a possibilidade de transferir a sede do banco para os Estados Unidos, em meio à incerteza sobre as reformas de capital que estão por vir na Suíça, informou o Financial Times.

Os dois discutiram em privado como seria essa mudança, com a administração Trump “receptiva” à ideia de receber o maior banco da Suíça, segundo o jornal, que citou três pessoas familiarizadas com as conversas, não identificadas.

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O UBS classificou como “extremas” as reformas de capital suíças pós-Credit Suisse, que podem elevar em cerca de US$ 26 bilhões os requisitos de capital do banco. A Bloomberg informou em março que a instituição considerava mudar sua sede para fora do país como resposta.

As conversas refletem o que executivos veem como seu dever fiduciário de explorar todas as opções possíveis caso o debate sobre capital na Suíça não evolua a seu favor. As ações do UBS estavam praticamente estáveis às 14h06 em Zurique.

Parlamentares suíços sinalizaram apoio ao maior banco do país no início deste mês, quando um comitê influente criticou alguns dos planos do governo para o tema.

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“Como já dissemos repetidamente, queremos continuar operando com sucesso como um banco global a partir da Suíça”, afirmou o UBS em comunicado.

Kelleher não quis comentar. Porta-vozes do Tesouro não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.

O UBS vem avaliando suas opções em relação à questão do capital suíço desde o início deste ano, enquanto pressiona parlamentares para suavizar as principais propostas do governo. No centro das reformas está a exigência de que o UBS tenha de respaldar integralmente todas as suas subsidiárias estrangeiras — incluindo suas operações de gestão de fortunas e banco de investimento nos EUA — com capital no banco-matriz.

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No pior cenário, as opções teóricas vão desde medidas drásticas — como uma fusão ou aquisição com um banco não suíço que permita mudar o domicílio e escapar das novas regras — até ajustes técnicos que permitam reservar capital suficiente ao longo dos próximos anos.

A Bloomberg informou em setembro que a liderança do UBS, por ora, está menos inclinada a mudanças radicais. Uma votação sobre as reformas de capital provavelmente não ocorrerá antes de 2027. Ainda assim, uma mudança para os EUA poderia trazer benefícios ao banco suíço — o maior gestor de fortunas do mundo fora dos EUA.

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Os Estados Unidos vivem atualmente uma fase de desregulamentação, que deve reduzir os requisitos de capital para seus maiores bancos. A mudança sob a administração Trump poderia liberar cerca de US$ 2,6 trilhões em capacidade de ativos, impulsionando a atividade econômica, segundo a consultoria Alvarez & Marsal. Kelleher já declarou anteriormente que gostaria de adquirir uma empresa de gestão de fortunas nos EUA, o que aumentaria a escala do UBS no maior mercado de fortunas do mundo.

Enquanto isso, a Suíça avança mais rápido que muitos de seus pares internacionais na implementação das regras de Basileia III. Seu regulador bancário, Finma, intensificou a atuação após o colapso do Credit Suisse em 2023 e a subsequente compra pelo UBS.

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