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A Huaxin Cement, uma empresa chinesa avaliada em US$ 2,3 bilhões na Bolsa de Xangai, concretizou a compra da Embu, uma das maiores pedreiras do Brasil, por US$ 186 milhões, o que equivale a pouco mais de R$ 1 bilhão. Essa transação destaca a crescente influência do capital chinês no setor de recursos naturais brasileiros.

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A Huaxin Cement Co., Ltd., fundada há 116 anos e com sede em Wuhan, China, é uma das principais empresas do setor cimenteiro global, destacando-se por sua forte presença no mercado chinês e internacional.

A Huaxin Cement é uma força significativa no setor cimenteiro global, impulsionada por uma forte conexão com o governo chinês e uma estratégia agressiva de expansão internacional. Seus investimentos em mercados emergentes refletem não apenas suas ambições corporativas, mas também as dinâmicas econômicas mais amplas entre a China e os países que ela busca “colonizar”.

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Com um valor de mercado de aproximadamente US$ 2,3 bilhões, a empresa opera mais de 300 filiais e subsidiárias em diversas regiões, incluindo Ásia Central, Sudeste Asiático, Oriente Médio e África. A Huaxin é reconhecida por sua inovação em tecnologia de fabricação de baixo carbono, com potencial para reduzir emissões de carbono em até 664.000 toneladas por ano.

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Ligação com o Governo Comunista Chinês

A Huaxin Cement, como muitas grandes empresas chinesas, mantém uma relação intrínseca com o governo chinês. Essa conexão é evidenciada pela sua capacidade de expandir operações internacionais do governa chinês, frequentemente alinhadas com as políticas de investimento e comércio exterior da China. O governo chinês incentiva empresas como a Huaxin a se internacionalizarem, especialmente em mercados emergentes, onde podem contribuir para a “Nova Rota da Seda” e outras iniciativas de cooperação econômica, e financeira. Além disso, a estrutura corporativa da Huaxin inclui subsidiárias registradas em Hong Kong, que facilitam suas operações internacionais.

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Expansão Internacional e Negócios

A Huaxin Cement tem se expandido ativamente no exterior como parte de sua estratégia de diversificação geográfica. Recentemente, a empresa adquiriu:

  • Quatro pedreiras no Brasil por US$ 186,6 milhões, marcando sua entrada no mercado brasileiro de materiais de construção.
  • Ativos na Nigéria, reforçando sua presença na África Ocidenta.
  • A totalidade das ações da InterCement Trading Inversiones na Cimentos de Moçambique, consolidando seu controle sobre operações na África.

Além disso, a empresa está presente em países como Tajiquistão, Quirguizistão, Uzbequistão, Camboja, Nepal, Tanzânia, Zâmbia, Malawi e Omã, onde atua na fabricação e venda de cimento e agregados.

Embora a Huaxin Cement tenha se posicionado como uma empresa responsável socialmente ao promover iniciativas ambientais e comunitárias, sua expansão internacional não está isenta de controvérsias. As aquisições em mercados emergentes frequentemente levantam preocupações sobre:

  • Impactos ambientais: A exploração mineral pode gerar efeitos adversos nas comunidades locais e no meio ambiente.
  • Concorrência: A entrada de empresas chinesas pode afetar negativamente os negócios locais e levantar questões sobre práticas comerciais justas.
  • Transparência: As operações em países com menos regulamentação podem suscitar dúvidas sobre práticas corporativas éticas.

Esses fatores são comuns entre as empresas chinesas que buscam expandir suas operações globalmente e refletem as complexidades do comércio internacional contemporâneo. O governo Lula até o momento permitiu que a negociação ocorresse sem demostras preocupação com o mercado nacional que agora será dominado por chineses.

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A Huaxin Cement é liderada por uma equipe de dirigentes que desempenham papéis cruciais na estratégia e operações da empresa. Os principais dirigentes incluem:

  • Zhang Jianmin: Presidente e CEO, Zhang tem um papel fundamental na direção estratégica da empresa e na expansão internacional. Sua experiência é vital para a implementação das políticas de crescimento da Huaxin.
  • Li Jun: Vice-presidente, Li é responsável por supervisionar as operações diárias e a gestão de projetos internacionais, incluindo aquisições e parcerias estratégicas.
  • Wang Wei: Diretor financeiro, Wang lida com a gestão financeira da empresa, assegurando a viabilidade das operações e investimentos em novos mercados.

Esses dirigentes têm conexões significativas com o governo chinês, refletindo a natureza das relações entre grandes empresas estatais e o governo. A Huaxin Cement, como muitas empresas chinesas, se beneficia das políticas de apoio à internacionalização promovidas pelo governo, que incentivam e financia os investimentos no exterior.

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Conexões com o Governo Chinês

As conexões da Huaxin Cement com o governo são evidentes em várias dimensões:

  • Políticas de Investimento: O governo chinês tem incentivado empresas como a Huaxin a expandirem suas operações internacionalmente, oferecendo apoio financeiro e logístico para aquisições em mercados emergentes.
  • Relações Diplomáticas: A empresa se alinha com as estratégias de diplomacia econômica da China, que busca fortalecer laços comerciais com países em desenvolvimento. Isso é particularmente relevante em regiões como África e América Latina, onde a Huaxin tem feito investimentos substanciais.
  • Participação em Eventos Governamentais: Dirigentes da Huaxin frequentemente participam de cúpulas e eventos promovidos pelo governo chinês, onde são discutidas oportunidades de negócios e parcerias internacionais.

Atuação Internacional

A Huaxin Cement tem uma presença significativa em diversos países, incluindo:

  • África do Sul e Moçambique: Recentemente adquiriu operações da InterCement nessas regiões, consolidando sua posição no mercado africano.
  • Brasil: Em 2024, a empresa adquiriu quatro pedreiras da Embu por US$ 186,6 milhões, marcando sua entrada no mercado brasileiro.
  • Outros Países: A empresa também opera em países como Tajiquistão, Quirguizistão, Uzbequistão, Camboja, Nepal, Tanzânia, Zâmbia e Maláui.

Essas aquisições fazem parte de uma estratégia mais ampla para diversificar suas operações e aumentar sua competitividade global.

Polêmicas Envolvidas

Embora a Huaxin Cement tenha uma imagem de responsabilidade social corporativa, sua expansão internacional não está isenta de controvérsias. As principais polêmicas incluem:

  • Impactos Ambientais: As operações em novos mercados frequentemente levantam preocupações sobre os impactos ambientais associados à extração de recursos naturais.
  • Práticas Comerciais: A entrada em mercados locais pode ser vista como uma ameaça para empresas locais, gerando tensões sobre práticas comerciais justas.

Essas questões refletem os desafios enfrentados por empresas chinesas que buscam expandir suas operações globalmente enquanto navegam por diferentes contextos regulatórios e sociais.

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Estratégia da Huaxin

A entrada da Huaxin no Brasil representa uma estratégia significativa para a empresa, que busca diversificar sua presença geográfica e compensar a diminuição da demanda no mercado interno chinês. Em um comunicado oficial, a Huaxin destacou o Brasil como um país rico em recursos naturais e com um ambiente favorável para investimentos estrangeiros diretos.

A companhia vê o Brasil como um ponto estratégico na América Latina e considera essa aquisição um marco importante para o desenvolvimento do mercado de materiais de construção na região.

A compra da Embu pela Huaxin Cement não apenas reforça a presença chinesa no setor de construção civil brasileiro. A compra da Embu pela Huaxin Cement traz diversas implicações para o mercado de construção civil no Brasil, especialmente devido à importância estratégica da Embu na produção de agregados. Aqui estão os principais pontos a serem considerados:

 Mudança no Controle do Mercado

A aquisição da Embu, uma das maiores pedreiras do Brasil, por uma gigante chinesa como a Huaxin Cement, altera a dinâmica do mercado de construção civil. Com uma capacidade produtiva de 8,8 milhões de toneladas anuais, a Embu é fundamental para o fornecimento de materiais como pedra britada e areia, essenciais para obras de infraestrutura e construção urbana .

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A Embu opera quatro pedreiras na região metropolitana de São Paulo, especializando-se na produção de pedra britada e areia, materiais essenciais para a construção civil. No último ano, a empresa produziu 6,3 milhões de toneladas e gerou um lucro líquido aproximado de R$ 20 milhões.

A maior pedreira da Embu está localizada em Itapeti, Mogi das Cruzes, seguida pelas unidades em Cotia (Embu), Perus (Juruaçu) e uma operação em Viracopos, Itupeva.

Fundada por um ex-executivo da Camargo Corrêa na década de 1960, a Embu começou suas atividades com a aquisição de terras na região do Embu e inaugurou sua primeira pedreira em 1964. Desde então, duas famílias se tornaram acionistas da empresa, mantendo o controle até a venda total de suas ações na recente transação.

A venda da Embu ocorreu em um processo competitivo, com o Itaú BBA atuando como assessor financeiro. Além da Huaxin Cement, outros investidores mostraram interesse na aquisição, indicando um mercado aquecido para ativos no setor. Porém, não foi divulgado quem foram os concorrentes e porque não levaram a empresa e sim a Chinesa.

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 Possível Aumento nos Custos de Materiais

A entrada da Huaxin no controle da Embu pode impactar a política de preços dos materiais de construção. A empresa pode adotar estratégias de precificação que reflitam suas necessidades de retorno sobre o investimento, o que pode resultar em um aumento nos custos dos materiais. Isso afetaria diretamente o custo das obras, tanto públicas quanto privadas, em um momento em que a demanda por construção civil é alta.

 Dependência do Brasil por Capital Estrangeiro

A aquisição levanta questões sobre a crescente dependência do Brasil em relação ao capital estrangeiro em setores estratégicos. Embora a entrada da Huaxin possa trazer investimentos e modernização tecnológica, existe o risco de que decisões importantes sejam tomadas com base em interesses externos, possivelmente desalinhados com as necessidades locais.

 Concorrência pode acabar no Brasil

A presença da Huaxin pode intensificar a concorrência no setor, forçando empresas locais a se adaptarem às novas condições de mercado. Isso pode levar a um aumento na eficiência operacional e inovação entre as empresas brasileiras, mas também pode resultar em uma concentração maior no mercado se a Huaxin decidir expandir sua participação adquirindo outras empresas.

Desafios Regulatórios

O governo Lula e as entidades reguladoras precisarão monitorar as operações da Huaxin para garantir que as práticas comerciais sejam benéficas para o mercado local e os consumidores. É crucial equilibrar os benefícios do investimento estrangeiro com a proteção dos interesses estratégicos do Brasil.

Atualmente a China já é dona da maioria das patentes de plantas medicinas da Mata Atlântica tornando o acesso dos brasileiros a certos medicamentos nativos muito mais caros.

As principais empresas brasileiras que podem sofrer com a chinesa no Brasil

1. Votorantim Cimentos

  • Liderança de Mercado: Votorantim é a maior produtora de cimento do Brasil, com uma participação de mercado estimada em mais de 30%.
  • Capacidade Produtiva: A empresa possui 26 fábricas e uma capacidade instalada de cerca de 34,9 milhões de toneladas por ano.
  • Estratégia: A Votorantim está buscando expandir suas operações e pode estar interessada em aquisições, como a da InterCement.

2. CSN (CSNA3) Cimentos

  • Participação no Mercado: A CSN é a segunda maior cimenteira do Brasil, com cerca de 21% do mercado.
  • Aumento da Capacidade: Com a possível aquisição da InterCement, a CSN poderia dobrar sua capacidade de produção, rivalizando diretamente com a Votorantim.
  • Interesse em Aquisições: A CSN está ativamente buscando expandir sua presença no setor através da compra de ativos.

3. Buzzi Unicem

  • Origem Italiana: Controladora da Brennand, Buzzi Unicem é uma das principais concorrentes no Brasil.
  • Participação no Mercado: A empresa está em busca de expandir sua presença, especialmente em regiões onde a Huaxin também atua.

4. Polimix

  • Foco em Concreto: Polimix é um grupo que se destaca na produção de concreto e possui a marca Cimento Mizu.
  • Estratégia Regional: A empresa está buscando ativos no Centro-Oeste e no Nordeste para fortalecer sua posição no mercado.

5. InterCement

  • Atuação Nacional e Internacional: InterCement é um dos maiores grupos cimenteiros do Brasil, com operações também na Argentina e África.
  • Mudanças Estruturais: A venda da InterCement está em andamento, o que pode alterar significativamente o cenário competitivo.

Essas empresas estão ativamente competindo por participação de mercado e podem influenciar as operações da Huaxin Cement à medida que ela se estabelece no Brasil. A dinâmica competitiva está em constante evolução, especialmente com as movimentações estratégicas das empresas mencionadas em busca de aquisições e expansão.

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