líder opositora venezuelana María Corina Machado, que reivindica a vitória do exilado Edmundo González Urrutia sobre Nicolás Maduro nas eleições presidenciais, pediu neste domingo (18) o boicote aos próximos pleitos no país, enquanto o presidente mobiliza as Forças Armadas, que reafirmaram lealdade a ele.
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“As eleições foram em 28 de julho [de 2024]. Nesse dia, o povo escolheu (…). O resultado deve e será respeitado. Até que esse resultado entre em vigor, não faz sentido participar de eleições de qualquer tipo. Ir votar repetidamente sem que os resultados sejam respeitados não é defender o voto, é desvirtuar o voto popular”, declarou Machado em um vídeo divulgado nas redes sociais.
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Ainda sem data definida, este ano estão previstas eleições para deputados do Parlamento, governadores e prefeitos.
Maduro, que tomou posse em 10 de janeiro para um terceiro mandato consecutivo de seis anos (2025-2031), enfrenta sem comprovar segundo a Constituição do país sua vitória, algo que os vencedores fizeram, configurando então “golpe de Estado de Maduro”.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não apresentou um escrutínio detalhado do pleito, enquanto a oposição, liderada por Machado, publicou cópias de atas emitidas pelas máquinas de votação em um site e depositou as atas originais no Banco Nacional do Panamá, comprovando a vitória de González Urrutia.
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Machado criticou os apelos de Maduro para negociações com setores da oposição para discutir condições de futuros processos eleitorais, que poderiam incluir uma consulta para reforma constitucional sugerida pelo presidente.
“A única negociação possível com o regime é para uma transição democrática e ordenada”, afirmou a ex-deputada.
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Exilado na Espanha desde o ano passado após uma ordem de prisão contra ele, González Urrutia está em um giro internacional e deve participar na segunda-feira da posse de Donald Trump para um segundo mandato como presidente dos Estados Unidos.
Isso marca seu retorno a Washington duas semanas após visitar a Casa Branca para uma reunião com o então presidente Joe Biden.
Tanto Trump quanto Biden se referiram a González Urrutia como “presidente eleito” da Venezuela.
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Países como Argentina, Uruguai, Panamá, República Dominicana, Guatemala e Costa Rica também receberam o opositor em sua viagem.
Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não reconheceram a reeleição de Maduro, no poder desde 2013, após a morte de Hugo Chávez.
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Machado renovou o apelo aos militares para abandonarem Maduro, embora a alta cúpula das Forças Armadas tenha reiterado várias vezes sua “lealdade absoluta” ao presidente.
“Os civis fizeram impecavelmente seu trabalho e continuarão fazendo. Agora falta vocês”, declarou.
A convocação também ocorre em meio a uma crise fronteiriça. Centenas de famílias deslocadas da Colômbia buscaram refúgio na Venezuela devido à violência envolvendo a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN). A ofensiva levou o governo de Gustavo Petro a suspender negociações com o grupo rebelde, após um conflito que deixou pelo menos 80 mortos em departamentos do norte colombiano.