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A comunicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue sofrendo críticas, mesmo com a troca recente de comando promovida pelo chefe do Executivo. A reclamação mais recente ao setor partiu da agora ex-secretária de Políticas Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial Márcia Lima, que anunciou nesta terça-feira (8) sua demissão do cargo.

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Ao jornal Folha de S.Paulo, Márcia, que agora sai para assumir a Diretoria de Estudos e Políticas Sociais no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), não poupou críticas à forma como o governo divulga as ações de seus ministérios, especialmente as da pasta em que trabalhava, dirigida pela ministra Anielle Franco.

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– O problema não é a comunicação do ministério, eu acho que é a comunicação do governo sobre o ministério. E também sobre alguns ministérios, não somente o MIR [Ministério da Igualdade Racial] – declarou.

A ex-secretária disse ainda que a postura atual do governo Lula na área de comunicação vai na contramão do próprio slogan “União e Reconstrução”, e apontou que o amplo número de ministérios pode ser o culpado pela divulgação fraca de algumas ações das pastas federais.

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– O nosso limite de negociação, de possibilidade, de construção com os outros ministérios tem um teto. Então eu acho que, por ser um governo com muitos ministérios, isso dificulta a construção dessas pautas transversais. Em algum momento, eu saí mapeando com quem eu devia dialogar – destacou.

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Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) disse que tem trabalhado para promover a integração e o alinhamento da comunicação entre os diversos órgãos da gestão e que o princípio fundamental da atual administração é a prestação de contas à população.

– Nosso foco é mostrar, de forma transparente, as ações do governo, as políticas públicas em andamento e como elas impactam a vida dos cidadãos, além de informar como a população pode se beneficiar dessas políticas. Embora os ministros e ministras desempenhem naturalmente o papel de porta-vozes, o verdadeiro protagonismo reside nas entregas e nos resultados concretos – disse.

Há cerca de três meses, o governo trocou o comando de sua comunicação, com a chegada de Sidônio Palmeira para substituir Paulo Pimenta (PT-RS), em uma movimentação de Lula que visava justamente responder as inúmeras críticas que a área vinha sofrendo em sua gestão.

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Lula gasta bilhões do dinheiro de impostos com comunicação

Os gastos do governo Lula com comunicação e publicidade em 2025 estão estimados em R$ 3,5 bilhões, um aumento significativo em relação ao último ano da gestão Bolsonaro, que totalizou aproximadamente R$ 2,5 bilhões, ajustados pela inflação.

Esse montante inclui contratos de ministérios, bancos e estatais, com destaque para grandes contas como as do Banco do Brasil (R$ 750 milhões), Secretaria de Comunicação Social (Secom) (R$ 562,5 milhões), Caixa Econômica Federal (R$ 468,1 milhões) e Correios (R$ 380 milhões).

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Objetivos dos gastos

O governo justifica o aumento como uma estratégia para:

  • Reforçar a divulgação de políticas públicas e programas sociais, como Pé-de-Meia (Educação) e Mais Acesso a Especialistas (Saúde).
  • Reposicionar marcas estatais, como os Correios, frente à concorrência no mercado de logística.
  • Reverter a queda na popularidade do presidente Lula.

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Críticas e preocupações

Apesar da justificativa oficial de ampliar a transparência e informar a população, há críticas sobre:

  • Falta de transparência na gestão dos recursos publicitários.
  • Concentração de investimentos em veículos específicos, levantando suspeitas de favorecimento político.
  • Impacto orçamentário, especialmente em áreas prioritárias como saúde e educação.

O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou à Secom que adote mecanismos mais eficazes para avaliar custos e retorno das campanhas publicitárias.

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