Enquanto a última semana o governo Lula aumentou o Imposto sobre Operação Financeira (IOF), e estabeleceu uma barreira maior para a aquisição de dólares pelo brasileiros que passou a ter um imposto de 3,5%, na Argentina Milei segue o caminho oposto. A Argentina autorizou o uso de dólares não declarados com o objetivo de incentivar o consumo e impulsionar o crescimento da economia argentina.
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O governo de Javier Milei lançou o “Plano de Reparação Histórica da Poupança dos Argentinos”, que permite à população gastar dólares não declarados — inclusive os guardados fora do sistema bancário — sem precisar justificar a origem. A nova medida, que envolve a liberação de dólares, poderá ser usada para comprar imóveis, veículos, eletrodomésticos e outros bens de alto valor.
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Uso de dólares não declarados pode reaquecer a economia argentina
A decisão de liberar o uso de dólares não declarados foi fundamentada na estimativa de que os argentinos mantêm entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões em espécie fora do sistema financeiro. Segundo o ministro da Economia, Luis Caputo, esse valor corresponde a até 66% do PIB do país.
A expectativa do governo é que o estímulo gere impacto direto no mercado financeiro da Argentina, com reflexos positivos no setor de consumo. Além disso, ao estimular o gasto desse dinheiro informal, a equipe econômica espera conter a inflação na Argentina, que continua sendo um dos maiores desafios enfrentados atualmente.
Javier Milei aposta na flexibilização do controle cambial
Entre as medidas anunciadas, está o fim do “cepo”, um tipo de controle cambial adotado desde 2019. Agora, a política cambial do governo permite que o valor do dólar oscile livremente, dentro de uma faixa entre 1.000 e 1.400 pesos.
A mudança marca uma nova etapa da reforma econômica na Argentina, com foco na liberalização do câmbio e redução da intervenção estatal. Para Milei, a combinação entre a liberação de dólares, o apoio do FMI Argentina e a redução de impostos será essencial para estabilizar a moeda local e reverter a crise econômica argentina.
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O governo espera que a flexibilização e as novas regras estimulem uma migração gradual para o sistema formal, reduzindo a dependência do mercado paralelo. Além disso, essa transição também faz parte do plano de ajuste da política monetária da Argentina, que visa reduzir a volatilidade e atrair novos investimentos na Argentina.
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Uso de dólares não declarados pode reforçar relações econômicas
A injeção de capital esperada com o uso de dólares não declarados também pode impactar as relações econômicas Brasil-Argentina. Assim, com maior poder de compra interno, a Argentina pode aumentar suas importações e reaquecer a troca comercial com o Brasil.
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Além disso, especialistas afirmam que a medida, aliada à nova política cambial e ao respaldo do FMI, pode representar uma guinada no rumo da economia argentina. Embora ainda haja riscos no horizonte, o plano de Milei busca transformar a crise em oportunidade.