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A agência de publicidade Filadélfia Comunicação prestou serviços para as redes pessoais do ministro de Portos e Aeroportos do governo Lula, Silvio Costa Filho (Republicanos), no mesmo período em que recebia verba pública para administrar as contas institucionais da pasta comandada por ele,é o que aponta reportagem publicada pela Folha de São Paulo.

O acordo com o ministério, que prevê R$ 3,8 milhões em serviços de comunicação digital por dez meses, não inclui a gestão das redes pessoais de Silvio.

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A agência ofereceu o mesmo tipo de trabalho para, ao menos, o ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho, quando ele ainda estava no governo Lula (PT). Mas, ao contrário de Silvio Costa Filho, não há indícios de que o material tenha sido aproveitado por Juscelino.

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A Filadélfia tem ligações com figuras do mensalão e, desde o ano passado, tem vencido disputas por contas de comunicação no governo do petista.

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Em novembro de 2024, assinou um contrato de R$ 13,97 milhões para prestar serviços de comunicação digital ao Ministério das Comunicações durante um ano.

Segundo a Folha, a contratação acabou sendo usada não só para campanhas na pasta das Comunicações, mas também para outros órgãos do governo Lula, como o Ministério de Portos e Aeroportos.

A Filadélfia e o ministério negam que as redes de Silvio sejam administradas pela agência.

A reportagem da Folha de São Paulo, no entanto, obteve documentos que apontam que a Filadélfia passou a atuar nas redes pessoais de Silvio. A empresa fez uma proposta da identidade visual e do projeto editorial das contas do ministro no Facebook e no Instagram.

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Os novos elementos visuais passaram a integrar as publicações do Instagram do ministro ao menos a partir do dia 27 de fevereiro.

A reportagem também obteve imagens de aplicativos de tarefas usados no ministério, mostrando publicações que estavam em elaboração ou finalizadas para as redes sociais de Silvio.

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Parte do conteúdo efetivamente foi postado nessas redes. As pessoas que participam dessas tarefas no aplicativo interno são as mesmas da equipe da agência de publicidade que trabalha nos serviços voltados ao ministério.

Ou seja, a mesma equipe contratada com a verba federal lidava com a conta institucional do ministério e com a rede pessoal do ministro.

Os documentos ainda apontam que a agência propôs uma nova marca para o ministro: “Silvio: trabalho, diálogo e mais trabalho”. O slogan tem sido utilizado para promoção pessoal dele, que foi eleito deputado federal por Pernambuco, mas está licenciado do cargo.

A mesma proposta sugeria a criação de “Identidade Visual e Projeto Editorial Ministro Silvio” nos “ambientes digitais Facebook/Instagram”.

“Usaremos vinhetas mais rápidas e gráficas em editoriais de vídeo”, afirma um trecho da proposta da agência.

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O conceito do projeto apresentado pela Filadélfia, segundo a proposta obtida pela reportagem, seria inspirado na bandeira de Pernambuco.

“A nova identidade do ministro Silvio resgata cores e símbolos que unem regionalidade e contemporaneidade”, diz a proposta. “Elementos como o sol, o arco e as estrelas ganham personalidade para criar uma marca que valoriza a cultura pernambucana e sua conexão com o Brasil”.

No mesmo documento, agência afirma que propôs as mudanças porque via como problema “a falta de unidade visual”, que prejudicava “a compreensão dos conteúdos e a construção da marca pessoal”.

Em relatórios de viagens apresentados pela equipe da Filadélfia ao ministério, um funcionário da agência ainda afirma que captou imagens para as redes do ministro. O documento foi utilizado para prestar contas dos serviços feitos pela agência e receber o aval para pagamento do governo federal.

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A ligação da agência Filadélfia e Marcos valério do mensalão

A Filadélfia também fez a proposta de mudança da identidade visual para as redes do então ministro Juscelino Filho, que estava licenciado do cargo de deputado federal pelo União Brasil-MA e comandava a pasta das Comunicações.

Juscelino deixou o cargo após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob acusação de corrupção passiva e outros crimes relacionados ao desvio de emendas. Ele nega que tenha cometido irregularidades.

A Filadélfia Comunicação, sediada em Belo Horizonte, surgiu com outro CNPJ em uma sociedade composta pelos filhos de Cristiano Paz. Ele foi sócio da SMP&B, agência de publicidade que também era de Marcos Valério, usada no esquema de lavagem de dinheiro do mensalão.

A agência, hoje, está sob o nome de Érica Fantini Santos. Ela é enteada do advogado José Roberto Moreira de Melo, ex-sócio Valério em uma assessoria empresarial. A Filadélfia nega qualquer vínculo com agências como a SMP&B ou com Marcos Valério e Cristiano Paz, condenados no escândalo, e diz que Moreira de Melo não tem qualquer atuação na gestão da empresa.

Procurado, o Ministério de Portos e Aeroportos disse que “todas as ações realizadas têm como objetivo a divulgação do trabalho do ministério e de seus integrantes, incluindo o ministro Silvio Costa Filho, enquanto figura pública”.

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“Tais ações buscam evidenciar as atividades desempenhadas na gestão da pasta, estando alinhadas com a agenda institucional e refletindo os compromissos relacionados a essa função.”

“O Ministério de Portos e Aeroportos não realiza nenhuma prestação de serviço a perfis pessoais por meio deste contrato. A administração das redes sociais do ministro é realizada por assessores pessoais”, diz ainda a pasta.

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Já a Filadélfia disse que “foi apresentada uma proposta de identidade visual para a comunicação digital dos ministérios, segundo o nosso escopo de atuação institucional”.

Apesar dos documentos que apontam serviços para a rede social do ministro Silvio Costa Filho, a empresa afirma que “não atua e nunca atuou na gestão das redes pessoais dos ministros e qualquer diretriz escolhida é de desconhecimento da agência”.

A assessoria do ex-ministro Juscelino Filho disse que “a empresa jamais prestou serviços para ele” e que a proposta feita pela Filadélfia “não foi aceita nem executada, não tendo qualquer validade”.

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