Deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) tomaram uma iniciativa importante nesta semana ao acionar a Polícia Federal para investigar denúncias que envolvem o Banco Master. A ação ocorre em meio a um contexto de grande polêmica em torno da aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), que vem despertando forte oposição e desconfiança.
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A denúncia dos parlamentares petistas baseia-se no relatório que aponta indícios da prática de crimes financeiros pela direção do Banco Master, o que pode comprometer a solidez e a confiabilidade da instituição financeira. O PT questiona a rapidez e a falta de transparência no processo de compra pelo BRB, que foi aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em regime de urgência, em um prazo considerado insuficiente para uma análise aprofundada.
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Deputados petistas e outros membros da oposição criticam a aprovação relâmpago da operação, alegando que não foram apresentados documentos suficientes para avaliar os reais riscos e ativos do Banco Master, que incluem ativos de difícil conversão, como precatórios e créditos de baixo fluxo. Eles destacam que o valor dos chamados “ativos podres” do banco teria aumentado significativamente, levantando dúvidas sobre a viabilidade financeira da aquisição.
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Além disso, a oposição ressalta que a decisão judicial anterior já havia determinado que a compra do Banco Master pelo BRB deveria contar com autorização prévia da Câmara Legislativa e dos acionistas, requisito que parece ter sido atropelado no processo. A defesa do BRB alegou que cumpriria as determinações, mas pretende recorrer judicialmente para manter a negociação.
Com o protocolo da investigação na Polícia Federal, os deputados do PT buscam garantir que a apuração dos fatos aconteça de forma transparente e rigorosa, a fim de evitar prejuízos ao erário público e proteger os interesses da população do Distrito Federal. A mobilização reflete um esforço para frear o que consideram um “golpe” contra o Distrito Federal e o próprio BRB, diante de uma operação que suscita suspeitas sobre sua legalidade e impacto financeiro.
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Além da PF, o pedido será encaminhado ao Banco Central (BC) e à Procuradoria-Geral da República. A CVM investiga o Master por movimentações milionárias que inflaram artificialmente seu patrimônio.
Segundo o órgão regulador, os investimentos questionáveis chegaram a beneficiar empresas ligadas à irmã dos proprietário do banco, Daniel Vorcaro. Ao todo, o Master aplicou R$ 2,1 bilhões em companhias em companhias sem capacidade comprovada de retorno.
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Desde 2021, o patrimônio do Master aumentou dez vezes. A carteira de crédito também cresceu cinco vezes no mesmo período. Parte dessa expansão veio da oferta de Certificados de Depósito Bancário com rentabilidade agressiva, em alguns casos, 140% dos CDI.
Com a sanção da lei, o BRB aguarda a posição do Banco Central para levar a proposta à assembleia de acionistas, exigência imposta pela Justiça do Distrito Federal. A Câmara Legislativa aprovou o projeto em tempo recorde. Ao todo, a tramitação durou apenas quatro dias úteis.
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Mesmo com parecer técnico contrário da Consultoria Legislativa, que indicou falta de dados sobre a viabilidade da operação, os deputados distritais aprovaram o texto no plenário, onde a base aliada de Ibanes Rocha tem maioria confortável.